quarta-feira, 29 de julho de 2009

O pai patrão do PT

Ricardo Noblat
DEU EM O GLOBO


O noticiário político dos jornais está de rir à bandeira despregada.

A maioria dos 12 senadores do PT quer ver o colega José Sarney (PMDB-AP) pelas costas. Quando isso foi dito há mais de 15 dias, por meio de nota oficial distribuída por Aloizio Mercadante, o líder da bancada, Lula subiu nos tamancos.

Chamou a bancada para jantar. Depois, Aloizio Mercadante produziu uma errata da nota. E virou alvo da fúria dos seus eleitores.

Aí veio a errata da errata.

Foi quando Mercadante discursou reafirmando a posição original da bancada, favorável ao licenciamento de Sarney do cargo de presidente do Senado.

Diante de fatos recentes, digamos, nada auspiciosos para Sarney, Mercadante emitiu na semana passada outra nota — essa em termos suavemente mais duros.

Como Lula reagiu? Mandou seu ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, dizer que a nota era uma fraude.

Sim, porque ao dizer que a nota de Mercadante, ao contrário do que ele havia anunciado, não representava a opinião da maioria dos senadores do PT, mas só de um ou dois, Lula afirmou com outras palavras que a nota era uma fraude.

Mercadante renunciou ao cargo de líder? Não se tem notícia disso até agora.

Mercadante sentiu-se ofendido e respondeu que a nota expressa, sim, a opinião da maioria dos seus pares e que ele não é moleque para ser desautorizado publicamente? Necas de pitibiriba. Nadica de nada.

Informou por meio do seu Twitter que está muito ocupado com o casamento próximo do seu filho. E foi só.

Grande Mercadante! Lula é um pai patrão para o PT. Mercadante, um pai amoroso para seus filhos.

Ponto para ele.

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