domingo, 12 de julho de 2009

Para dirigentes, democracia e equidade devem dominar debates no XVI Congresso

Valéria Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS

Democracia e equidade como principais valores e objetivos a serem buscados pela sociedade devem dar a tônica do XIV Congresso do PPS, que será realizado em agosto, na visão dos debatedores que participaram da reunião do Diretório Nacional, que ocorre nesta noite em Brasília.

"O centro das discussões no mundo é a revitalização da democracia", disse Gilvan Cavalcanti, do Rio de Janeiro. Segundo ele, no Brasil é preciso levar a democracia a todos, não apenas os que não são comuns, numa alusão à declaração do presidente Lula ao se referir ao presidente do Senado, José Sarney, colocando-o acima dos demais brasileiros perante a lei. "Estamos perdendo a batalha ética; perdemos a hegemonia, a direção, estamos em um vale-tudo, em um país no qual o presidente é um Macunaíma, o herói sem caráter", afirmou.

Liberdade

Raulino Oliveira, também dirigente do Rio, comentou a estatística feita pela universidade americana de Harward dando conta de que, se os seis mil anos de história da humanidade fossem colocados em 24 horas, a democracia ocuparia apenas 90 minutos. "A história humana é da autocracia; o que está em jogo no mundo é a questão da liberdade", disse. Na América Latina, ressaltou, ela é fundamental, porque países como a Venezuela, Equador e Bolívia acham que ser democrático é levar a cabo as práticas dos dirigentes que vêm fazendo história com golpes contra suas constituições para ficar mais tempo no poder.

Já Cláudio Vitorino, do Secretariado Nacional, insistiu que é equidade a questão que se coloca como um desafio à humanidade e deve ser o centro da ação do PPS. "A liberdade está dada; quando é desrespeitada, a consciência humanista se levanta, mas a equidade, não. Cerca de 40% da população do planeta padecem de fome", observou.

Direita

Gilvan Cavalcanti acredita que o debate em torno da democracia é fundamental no Congresso do PPS porque, ao mesmo tempo em que o mundo assiste um avanço com a eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos, também se vê o massacre na China, o golpe de Estado em Honduras, perpetrado em resposta a um atentado do presidente Zelaya contra a Constituição.

"De nossa última reunião, em outubro de 2008 para cá, vimos a crise do capitalismo se acentuar, o desemprego grassar, a indústria cair no buraco e a direita vencer na Europa, sendo que na Holanda e na Áustria a vitória foi do fascismo", observou.

Reforma eleitoral

Raulino, por sua vez, protestou contra a reforma eleitoral aprovada pela Câmara. "Além de manter e aprofundar deformações horrorosas, como é o caso de aceitar candidatos com processos judiciais, a Câmara quer fazer uma lei para restringir a Internet". Para ele, ao se lançar na tentativa de normalizar a rede, a Casa demonstra uma falta de conhecimento e cai na desmoralização. "Será que os deputados sabem quantos milhões de blogs existem no país e que estarão se movimentando nas eleições Tem noção do papel das redes sociais?".

Ele ironizou a responsabilização dos provedores pelos conteúdos relativos a material de campanha. "Se eu ligo para uma pessoa e a xingo, ela deve processar a operadora de telefone?"

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