sábado, 25 de julho de 2009

Serra dará bolsa e curso a desempregados

Soraya Aggege
DEU EM O GLOBO


Programa do tucano em SP beneficia também jovens e assistidos pelo Bolsa Família federal

SÃO PAULO. Líder nas pesquisas de intenção de voto para a sucessão presidencial, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), prepara um pacote de ajuda financeira para desempregados, estudantes e até beneficiados pelo Bolsa Família no estado. Segunda-feira, anunciará a distribuição de 40 mil bolsas de qualificação de R$210, por três meses, para desempregados. Em 2010, serão pelo menos 90 mil beneficiados.

Outro programa, feito em parceria com a prefeitura de São Paulo, prevê geração de renda para jovens treinados em informática. O terceiro projeto se destina a assistidos pelo Bolsa Família, do governo federal:

- Já temos socorrido gente do Bolsa Família pelo Banco do Povo (programa de microcrédito), mas logo teremos um programa específico - disse o secretário estadual de Trabalho, Guilherme Afif Domingos.

O primeiro programa a ser lançado será o Bolsa Qualificação. Além do auxílio de R$210 e vale-transporte por três meses, os beneficiados serão treinados com 120 horas/aulas de reforço do ensino fundamental e mais 80 horas/aula de habilitações específicas. O investimento em 2009 será de R$100 milhões.

- Não serão bolsas crônicas, mas condicionadas e com alta sustentabilidade. A bolsa é apenas um instrumento de melhoria, para que a pessoa consiga se qualificar e voltar para o mercado de trabalho - disse Afif.

O programa é destinado a "desempregados endêmicos", já sem direito a seguro-desemprego, chefes de família com baixa escolaridade, entre 30 e 59 anos, que aceitem participar de cursos de qualificação em unidades de Senai, Senac e Fatecs.

- As ocupações com maior nível de demanda no estado são de baixa escolaridade, mas com exigência de qualificação. Vamos qualificá-los para que consigam trabalho - disse Afif.

Em São Paulo, o desemprego caiu, segundo o IBGE. Em junho, a taxa na Região Metropolitana ficou em 9%, ante 10,2% em maio. O número de desocupados diminuiu 12,5% (menos 127 mil desempregados).

O PT reagiu ao novo programa tucano:

- Entendo essa iniciativa do Serra como uma autocrítica, já que nos atacou por causa das políticas de transferência de renda - disse o presidente estadual do PT, Edinho Silva.

Afif contestou:

- Não estamos fazendo nada eleitoreiro. O programa está previsto há dois anos. E não é como o programa federal, que joga rios de dinheiro fora, sem nem avaliar os beneficiados. Aliás, não estamos fazendo programas para competir com o PT, e sim para atender à população.

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