terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ala do PTB admite trocar Dilma por tucano

Luciana Nunes Leal
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Múcio não será substituído no ministério, avisa Jefferson, que prefere Aécio a Serra como candidato em 2010

No momento em que o PV e o PSB procuram construir candidaturas próprias à Presidência, o PTB é outro partido com vaga no primeiro escalão do governo que começa a se distanciar da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O presidente da legenda, Roberto Jefferson - deputado que denunciou o mensalão e teve o mandato cassado em 2005 - anunciou que o PTB não indicará um substituto para José Múcio Monteiro, titular das Relações Institucionais, se for confirmada a nomeação do único ministro petebista para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Jefferson está trabalhando pela aliança com o PSDB dos governadores José Serra e Aécio Neves. "O PTB não indicará ninguém porque quer ficar com liberdade. O ideal é não ter mais ninguém no governo. Quando Múcio sair, não teremos nenhum pedido para fazer ao Lula. O presidente poderá até fazer uma escolha pessoal de algum integrante do partido, mas nós não vamos indicar", disse.

O deputado cassado reconhece a divisão interna. Segundo ele, o PTB do Nordeste, com o pernambucano José Múcio à frente, e do Distrito Federal, por meio do senador Gim Argello, "são mais lulistas" e querem o apoio a Dilma. "Eu torço pelo Aécio, que é muito mais light que o Serra. No Sul e no Sudeste, a tendência é o PSDB. Não vamos liberar o partido, teremos um candidato", avisou.

"Meu coração não pulsa pelo PT, não tenho nenhum afeto, nenhuma boa lembrança", diz o ex-deputado, autor de acusações que, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tiraram do governo os ex-ministros petistas José Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado, e Luiz Gushiken.

Em São Paulo, onde PTB e PSDB são aliados, os petebistas aguardam a garantia dos tucanos de apoio à candidatura do senador Romeu Tuma (PTB, ex-DEM), que quer a reeleição. "Os pactos regionais são fundamentais para a sobrevivência do partido", afirma Jefferson, que pretende aumentar a bancada de 22 para 35 deputados.

AUTONOMIA

A autonomia para fechar alianças estaduais é reivindicada pelo PR, mais um partido com representante no ministério ( Alfredo Nascimento, dos Transportes). Ao contrário do PTB, porém, a legenda pretende continuar no governo até o fim do mandato de Lula.

O presidente do PR, Sergio Tamer, planeja aumentar em 15% a bancada atual de 43 deputados. No Rio, o PR levou o ex-governador Anthony Garotinho (ex-PMDB), que deverá disputar o governo com Sérgio Cabral (PMDB). Na Bahia, o principal nome do partido é o senador César Borges, ex-DEM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário