quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Marina já analisa palanques estaduais do PV

Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO

Senadora, que deve deixar o PT, se reúne com Gabeira, pré-candidato verde ao governo do Rio, e depois com Mercadante

BRASÍLIA. Antes mesmo de confirmar oficialmente sua filiação ao PV e a consequente candidatura presidencial, a senadora Marina Silva (PT-AC) já está tratando de dificuldades na formação de palanques estaduais.

A prioridade nessas conversas passou a ser uma solução para a aliança regional do PV no Rio de Janeiro, onde o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) já havia assumido compromisso de disputar o governo do estado com o apoio de PSDB e DEM.

Ontem, Marina e Gabeira tiveram longa conversa, mas não chegaram a um consenso sobre como resolver a questão de dois palanques presidenciais para o verde no Rio: o do candidato a presidente pelo PSDB e o de Marina.

Marina comentou que a saída para o palanque do Rio pode ser semelhante à adotada no Acre em 1998. Na ocasião, o então candidato ao governo, Jorge Viana (PT), fechou coligação com o PSDB, que indicou o tucano Edson Cadaxo para vice. Assim, sua campanha teve dois palanques nacionais: o do PT de Lula e o do PSDB, da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Gabeira foi cauteloso ao comentar essa solução: — É um problema delicado que vou deixar para cuidar quando estiver tudo resolvido, até porque o normal é o presidenciável ter dois palanques num estado, e não um candidato ao governo ter dois palanques para presidente. De todo jeito, o Rio é um estado com maior visibilidade do que o Acre — argumentou Gabeira.

No seu Twitter, Gabeira voltou a tocar no assunto: “Marina quer me ver candidato ao governo do Rio, mas a engenharia para o apoio dos potenciais aliados é decisiva. Sem ele, fica difícil”.

Ao GLOBO, Gabeira afirmou que só pode sair candidato se tiver apoio de PSDB e DEM: — Tenho que fazer uma campanha competitiva. Uma candidatura com apenas um minuto na televisão seria dizer que não quero amadurecer.

Marina evitou comentários públicos sobre esse problema, alegando que essa era uma decisão do PV e que, neste momento, ainda está no PT.

Gabeira não foi o único do PV a visitar Marina. Na terçafeira, o deputado Sarney Filho (PV-MA) conversou com a senadora, também procurada por petistas. De manhã, ela recebeu o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e, à noite, o líder da bancada, senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

“Não podem me intimidar”, diz ela sobre reação do PT Em outra frente, Marina começou a ser atacada por setores do PT. Em seu blog, o ex-ministro José Dirceu afirmou que o mandato da senadora pertence ao PT. Com a decisão do STF que impõe a fidelidade partidária, o PT pode pedir o mandato de Marina, se ela for para o PV.

Marina disse que não ficou intimidada com o recado de Dirceu: — Já vivi todas as situações: madeireiros, fazendeiros, cangaceiros.

Se alguém acha que pode me intimidar, não pode. E isso não faz parte do caráter dele.

Com certeza o Zé (Dirceu) não fez isso para me intimidar.

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