domingo, 30 de agosto de 2009

No PSDB, atenção à disputa entre Serra e Aécio

Adriana Vasconcelos
DEU EM O GLOBO

Mineiro decide mostrar que está disposto a brigar pela vaga, mas cúpula avalia que paulista é hoje o preferido

RUMO A 2010: Os dois pré-candidatos tucanos fazem o discurso da união, mas prévias poderão ser inevitáveis

BRASÍLIA. Os tucanos acompanham com atenção o aumento da disputa entre os dois pré-candidatos do PSDB: os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Essa concorrência poderá se acirrar até o fim do ano, diante da pressão para que o partido defina o nome de seu candidato. Dirigentes da legenda já admitem que o PSDB terá dificuldades para evitar a realização de prévias, o que poderia aprofundar o racha do partido.

Apesar do discurso em defesa da unidade do PSDB, o governador mineiro, Aécio Neves, decidiu mostrar disposição de lutar pela vaga de candidato à sucessão presidencial. No último mês, intensificou a agenda de viagens pelo país. Em agosto, fez um giro pelo Nordeste e passou ainda por Rio, Santa Catarina e Brasília. No próximo dia 3 deve ir a Salvador. Até o fim de setembro, planeja percorrer a região Norte, apresentando seu programa de desenvolvimento para a Amazônia.

O governador mineiro se diz animado com a a receptividade que tem tido. O principal problema continuam sendo as pesquisas eleitorais, que indicam que Serra mantém a liderança folgada da disputa. Nos bastidores, Aécio trabalha para mostrar que sua candidatura teria mais chances do que a Serra, com a promessa de alianças com PTB e PP — o que representaria um acréscimo de sete minutos no horário eleitoral de TV e rádio.

— A sucessão no PSDB está aberta. Da parte do governador Aécio estamos sentindo disposição de disputar e recepção crescente da base partidária — confirma o secretário-geral do PSDB e aliado de Aécio, o deputado Rodrigo de Castro (MG).

Reticente em assumir sua précandidatura, Serra passou a percorrer o país, em ritmo menos acelerado do que Aécio, para evitar a disseminação dos rumores de que ele estaria pensando em desistir da disputa. Aliados do governador paulista admitem que ele andou preocupado com a candidatura de Dilma.

Se ela tivesse chegado ao patamar de 30% — com uma projeção de 40% até o fim do ano —, Serra poderia reavaliar a candidatura, por considerar arriscado trocar uma reeleição certa por algo duvidoso. Mas a parada de Dilma nas pesquisas deu-lhe novo ânimo. Ele começou também a percorrer o país e, em agosto, visitou Salvador e Maceió.

À frente em todas as simulações feitas por institutos de pesquisas sobre a sucessão presidencial, Serra e seus aliados apostam numa solução negociada dentro do PSDB: — O clima nunca esteve tão bom. Em cada evento em que os dois aparecem juntos, Serra e Aécio pregam a unidade — diz o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), um dos principais aliados de Serra.

— A unidade é o instrumento mais vigoroso que temos para vencermos a próxima eleição — concorda Aécio.

Na cúpula tucana, a avaliação é de que Serra continua sendo o nome preferido do partido para a disputa.

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