segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Serra ganha as atenções na festa de Gonzagão

Sheila Borges
DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Presidenciável tucano passou apenas 4 horas em Exu, no Araripe, mas virou o centro das atenções e procurou ressaltar sua “identidade” com o Nordeste, sempre acompanhado por uma equipe de vídeo

EXU - O governador José Serra (PSDB-SP) permaneceu apenas quatro horas neste município do Sertão do Araripe para participar da programação, promovida pelo Parque Aza Branca, em homenagem aos 20 anos da morte de Luiz Gonzaga. O tempo foi mais do que suficiente para o tucano virar o centro das atenções e cumprir o seu principal objetivo: aproximar sua imagem à do nordestino, criando sinais que o identifiquem à cultura da região. Sábado à noite, empolgado com a festa, Serra transformou o palco montado para o show de sanfoneiros em palanque político-eleitoral.

Sem nenhuma cerimônia, o presidenciável indagou às pessoas que assistiam aos shows se tinham parentes morando em São Paulo. A resposta foi imediata, quase todos levantando as mãos. De pronto, Serra falou: “Temos uma identidade não só cultural, mas política. São Paulo e o Nordeste se entrelaçam. Temos uma unidade cultural”. E foi muito aplaudido.

Mas antes de subir ao palco, o governador – acompanhado do senador Sérgio Guerra (PSDB), deputados e prefeitos da região – encontrou uma nordestina que mora no bairro da Mooca, em São Paulo, que o deixou animado. Foi naquele bairro que o tucano cresceu e onde seus parentes ainda moram. É um local que concentra muitos nordestinos. Alegre por ter conhecido pessoalmente o governador, dona Maria Jerônimo logo cobrou o seu empenho para manter o parque e a memória de Gonzagão.

“Sou de Exu mas moro em São Paulo há muitos anos. Estou de férias, passeando. O senhor precisa vir mais vezes e lutar pelos nordestinos que vivem lá e aqui”, disse, sendo abraçada por Serra. Aos repórteres, o tucano chegou a prometer que vai trabalhar para preservar o trabalho iniciado por Gonzagão. “Podemos fazer uma parceria São Paulo-Exu. Meu Estado tem 40 milhões de habitantes, 10 milhões são nordestinos ou descendentes”.

Para mostrar ainda mais intimidade, Serra colocou, rapidamente, o chapéu de couro que ganhou de presente dos coordenadores do parque, semelhante ao que o Rei do Baião usava. A lembrança seria dada durante um jantar reservado, feito para ele e a comitiva na casa onde Gonzagão passou os últimos anos de vida, no Parque Aza Branca. Mas, a pedido do próprio Serra – que chegou a cantarolar os versos “cintura fina/cintura de pilão” –, o presente foi ofertado em cima do palco para que o gesto se tornasse “público” e fosse registrado por sua equipe de comunicação, que filmava todos os passos do governador.

Durante os shows, o nome de Serra era citado a todo momento pelos cantores. O sanfoneiro Joquinha Gonzaga, sobrinho do homenageado, reforçou o discurso de “unidade” do tucano.

“Estamos aqui para agradecer tudo o que o senhor (governador) tem feito por meu tio”, falou.

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