sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Serra lança programa para treinar mão de obra

Silvia Amorim
DEU EM O ESTDO DE S. PAULO


É a quarta medida anunciada na área de geração de emprego em menos de um mês

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou ontem o quarto programa de geração de empregos em menos de um mês. O Aprendiz Paulista, sistema online que visa a abrir portas de empresas para estudantes da rede estadual, tem a meta de atender 15 mil jovens. O governo tucano quer incentivar empregadores a cumprir a cota de contratação de 5% a 15% de aprendizes, estabelecida em lei.

Na cerimônia, o governador criticou uma resistência inicial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ações desse gênero. "O próprio Ministério do Trabalho, até um tempo atrás, jogou contra a aplicação da lei, obedecendo a interesses corporativos", alfinetou.

Cada vez mais as questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e desemprego têm tido espaço na agenda do governador. Nos últimos 24 dias, foram cinco eventos para divulgar programas, quatro solenidades em uma única semana.

Serra, provável nome tucano para o Palácio do Planalto, tem montado uma rede de ações nessa área, munição para o PSDB no próximo ano. Com a crise mundial, os dois temas terão papel decisivo na eleição.

A atuação de Serra tem se mostrado diversificada. Vai da distribuição de bolsa-auxílio para setores vulneráveis, como os desempregados entre 30 e 59 anos e jovens sem experiência no mercado de trabalho, a medidas de incentivo para reduzir a informalidade.

O discurso sobre a economia paulista e nacional também é adotado em inaugurações de escolas, hospitais ou moradias, quando o governador sempre destaca o número de empregos gerados com suas obras para moradores de regiões carentes.

RECADO

Em todas as ocasiões, o recado é o mesmo. "É mais um esforço que estamos fazendo no sentido de abrir oportunidades de emprego para as famílias, de um lado, e, de outro, de desenvolver São Paulo", costuma dizer.

É recorrente, também, a comparação com as ações em âmbito nacional. "Ampliamos o nosso Banco do Povo de R$ 70 milhões para R$ 120 milhões e temos uma taxa de juro de 1% ao mês. É o segundo Banco do Povo do Brasil e cobramos 2/3 da taxa de juros do Banco do Povo do Nordeste, o primeiro a ser criado, que é federal", comentou Serra, no início do mês.

Na campanha de 2002, o tema desemprego custou caro ao tucano. Com a promessa de criar 10 milhões de vagas, entre outras plataformas, Lula saiu vencedor da disputa. Serra apareceu na propaganda eleitoral com uma carteira de trabalho nas mãos e prometeu 8 milhões de postos de trabalho. Pesou, porém, o ataque dos adversários pelo fato de o governo Fernando Henrique ter enfrentado aumento do desemprego.

O governo Serra nega viés eleitoral na divulgação em série de medidas. "Eu não tirei isso da cartola. É trabalho desde o começo do governo", justificou o secretário de Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos. Ele atribui à crise o pacote de ações voltadas ao emprego.

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