quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Funcionários dos Correios decidem iniciar greve por tempo indeterminado

Mônica Tavares
DEU EM O GLOBO

Ministério do Planejamento vetou proposta de aumento salarial de 9%

BRASÍLIA. Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado. Os Correios contam atualmente com 109 mil empregados, dos quais 56 mil são carteiros. A empresa movimenta, diariamente, em torno de 30 milhões de objetos, que poderão ficar retidos nas agências do país por causa da paralisação.

Em plena campanha salarial e após uma reunião sem acordo com a diretoria da ECT, representantes da categoria levaram a proposta de paralisação aos 35 sindicatos que fazem parte da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). O indicativo de greve foi, então, encaminhado a assembleias realizadas em todo o país.

Último acordo gerou custo de R$ 120 milhões por ano O Ministério do Planejamento vetou a proposta que havia sido fechada pelas duas partes — funcionários e ECT — de aumento de 9%, com validade para dois anos, 2009 e 2010, com abono linear de cem reais e reajuste de R$ 0,90 para o vale-refeição. O piso salarial está em R$ 640.

As negociações entre os funcionários e a ECT começaram no dia 1º de agosto. A primeira proposta apresentada pela direção dos Correios foi rejeitada. Seria mantido o atual Acordo Coletivo de Trabalho, a empresa daria um aumento de 4,5% de salário e R$ 0,90 de reajuste no vale-refeição.

Os trabalhadores reivindicam um aumento real linear de R$ 300, a reposição das perdas salariais , que chegam a 41,03%, e um Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Os funcionários também pediam segurança armada e portas giratórias nas agências dos Correios que funcionam como banco postal, a defesa de um Correio Público e a redução da jornada de trabalho.

A última greve nos Correios teve início em 1º de julho do ano passado, com 21 dias de paralisação . Na época , 127.519 correspondências deixaram de ser entregues em todo o país, conforme dados da ECT. Os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta, que têm hora marcada para entrega, foram suspensos temporariamente pela ECT. O Sedex foi mantido. O acordo fechado entre a ECT e os grevistas significou um custo entre R$ 120 milhões e R$ 130 milhões por ano.

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