sábado, 19 de setembro de 2009

Comparado por grevistas com Sarney, Lula se irrita

DEU EM O GLOBO
Durante a inauguração de uma obra na rodovia BR-448, no Rio Grande do Sul, o presidente Lula enfrentou o protesto de grevistas dos Correios que carregavam faixas associando-o ao presidente do Senado, José Sarney. “Lula e Sarney é tudo igual, roubalheira e arrocho salarial”, gritavam. Irritado, Lula reagiu: “É importante que a vanguarda do movimento, por questões políticas, não leve a prejuízo o trabalhador, que pode ter seus dias descontados”.
Greve acaba no Rio, mas Correios vão ao TST contra paralisação em 20 estados

Metalúrgicos do ABC e empregados da GM em São Paulo cruzam os braços

FUNCIONÁRIOS DOS Correios em assembleia no Centro do Rio

RIO, SÃO PAULO e PORTO ALEGRE. A greve dos funcionários dos Correios do Rio, que começou na quarta-feira, chegou ao fim. Ontem, em assembleia, os trabalhadores aprovaram a proposta da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), de reajuste de 9% (válido por dois anos) e aumento de cem reais a partir de janeiro. Em outros 20 estados, a greve continua. A ECT entrou com processo de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), pedindo concessão de liminar para que a categoria suspenda a paralisação.

No Rio, segundo Ana Zélia dos Santos, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect-RJ), quem trabalha aos sábados já volta ao batente hoje. O site G1 informou que o serviço deve estar normalizado na terça-feira.

Em Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de enfrentar o protesto de um grupo de grevistas. A paralisação dos Correios lá já dura três dias. Carregando faixas, eles associavam Lula ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP):

- Lula e Sarney é tudo igual, é roubalheira e arrocho salarial - gritavam os manifestantes na inauguração do trecho duplicado da BR 448.

Irritado, Lula rebateu:

- É importante que a vanguarda do movimento, por questões políticas, não leve a prejuízo o trabalhador, que pode ter seus dias descontados. A vanguarda deveria se curvar diante da vontade da maioria. Eu conheço líderes (sindicais) covardes que gritam para começar a greve e não têm coragem de dizer que chegou a hora de acabar.

Já no ABC paulista, berço da carreira política de Lula, os metalúrgicos das fábricas de autopeças e máquinas do ABC paulista rejeitaram as propostas patronais de reajuste salarial e deflagraram uma greve na noite de quinta-feira. Ontem foi a vez de os empregados da General Motors (GM) cruzarem os braços nas duas fábricas da montadora em São Paulo, em São Caetano do Sul, também no ABC, e São José dos Campos.

Fábrica da Volks do Paraná está parada há 13 dias

Em audiência de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas ontem, o desembargador Luiz Antonio Lazarim propôs reajuste de 8,3%, mais abono de R$1.950. É superior à proposta da empresa (6,53% e abono de R$1.750) e inferior à do sindicato (14,65%). A GM tem até amanhã para dizer se concorda. Se aceitar, os metalúrgicos farão assembleia na segunda-feira.

No ABC, 30 empresas concordaram ontem com a reivindicação do Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), de reajuste de 6,53% e abono equivalente a um terço do salário médio. Na média, as empresas vinham oferecendo reajuste de 5,2%, sem ganho real.

Na fábrica da Volkswagen-Audi em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde a greve já dura 13 dias, não houve acordo em audiência no TRT. A Volks propôs reajuste de 7,57% e abono de R$2 mil, mas os trabalhadores exigem adicional noturno e equiparação aos colegas do ABC. O TRT deu dez dias para que as partes reapresentem as propostas para julgar o caso.

E a Força Sindical anunciou ontem que prepara um "festival de greves" nas suas bases em São Paulo, onde 700 mil metalúrgicos estão em negociação. Jackson Schneider, presidente da Anfavea, admitiu que os reajustes poderão elevar os preços dos carros no fim do ano.

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