quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Filiado, Meirelles mira vaga de vice de Dilma

Célia Froufe, GOIÂNIA
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

No dia em que se filiou ao PMDB de Goiás, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reagiu com naturalidade à especulação de que seria um nome para vice na chapa presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Agora, é normal que isso ocorra. E é legítimo." Mas garantiu que a decisão sobre sua candidatura a "qualquer cargo eletivo" sairá só em março, mês em que vai tirar férias de 15 dias para reunir-se com políticos e andar pelo País. Se optar por concorrer, deixará o comando do BC.

Caso contrário, ficará à frente da autoridade monetária até dezembro de 2010, como já lhe pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Só vou desviar minha atenção (do BC) em março", afirmou. Até lá, segundo ele, será "100% Banco Central".

O clima de comício marcou a filiação de Meirelles, que ouviu sugestões para que se candidatasse ao Senado, a vice-presidente e até à Presidência. "Você é um nome que o PMDB terá para qualquer cargo neste País", disse o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. "O PMDB está escancarado para o senhor se candidatar ao que quiser", emendou o prefeito de Goiânia, Iris Rezende.

O presidente da Câmara, Michel Temer, licenciado da presidência do PMDB e nome forte do partido para vice de Dilma, não foi ao evento.

Meirelles teve "dia de candidato", com apertos de mão, fotos, aplausos e entrevistas interrompidas por fogos de artifício. A trilha sonora da cerimônia foi o Tema da Vitória, que ficou conhecido por ser tocado toda vez que o piloto Ayrton Senna ganhava corrida na Fórmula 1.

"CIDADANIA POLÍTICA"

Empenhada em selar a aliança com o PMDB para 2010, Dilma elogiou a filiação de Meirelles. Sem falar da possibilidade de ele ser vice na chapa petista, defendeu o direito à "cidadania política" dos ministros. "Acho importante que participem politicamente, escolham seus partidos e vão militar", disse ela, em Curitiba.

Alternando negativas sobre a decisão de se candidatar e sinais de que está pronta para a corrida, Dilma afirmou que não deixará que o giro de pré-campanha que pretende fazer pelo País atrapalhe seu trabalho no governo. "Também tenho um direito sagrado à militância e à cidadania."

Além de visitar um hospital oncológico e abrir um congresso sobre fundos de pensão, a ministra afagou o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB): "Temos um caminho conjunto no futuro. Pelo menos espero que sim."

Ela jantaria na casa do governador. Requião, que resiste em compor com o PDT um palanque para Dilma, brincou: "Vamos jantar o coelho que o presidente Lula preparou."

Colaborou Clarissa Oliveira

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