quarta-feira, 7 de outubro de 2009

RJ: Novo cenário político na Alerj

Ricardo Villa Verde, Rio de Janeiro
DEU EM O DIA


Mudaram de partido pelo menos 13 dos 70 deputados. Bancada que teve mais movimentações, o PMDB ganhou quatro novos integrantes e perdeu dois. Ex-André do PV passou a ser chamado de André Lazaroni, após virar peemedebista

Rio - A possibilidade de punição pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária não inibiu o troca-troca de partidos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Até ontem, pelo menos 13 dos 70 integrantes da Casa já haviam trocado de legenda. E as articulações continuavam, apesar do prazo para filiação para os que querem disputar a eleição de 2010 ter se encerrado na sexta-feira, de acordo com a legislação eleitoral.

O PMDB, do governador Sérgio Cabral, foi a bancada que teve mais movimentações.

Os peemedebistas conquistaram quatro novos deputados e perderam dois. Entraram no partido Pedro Fernandes e Marcelino D’Almeida, que deixaram o DEM, e André Lazaroni, que abandonou o PV. “Fui perseguido no PV”, alegou André, para justificar a saída do partido, cuja sigla fazia parte de seu nome. O deputado licenciado Pedro Paulo, atual chefe da Casa Civil da Prefeitura do Rio, também foi para o PMDB, abandonando o PSDB. Por outro lado, os peemedebistas perderam Nilton Salomão, para o PT, e Fábio Silva, para o PR, do ex-governador Anthony Garotinho, que deve disputar o governo do estado com Cabral.

Além de Fábio Silva, Garotinho ganhou a adesão também de Altineu Cortes, que já foi do PMDB e do PT. “Sempre tive boa relação com Garotinho”, justificou Altineu. A bancada do PR passa agora a ter cinco parlamentares na Alerj.

O DEM, do ex-prefeito Cesar Maia, foi o que mais perdeu. Além de Marcelino e Pedro Fernandes, o partido também ficou sem Átila Nunes, que foi para o PSL. A bancada do DEM foi reduzida à metade, passando de seis para três deputados. Marcelino alegou que deixou o DEM por ter ficado sem espaço no partido, apesar de ter sido um dos homens de confiança de Maia durante as duas gestões do ex-prefeito do Rio.

O PTN, que não tinha representantes na Alerj, passou a ter dois. Jorge Babu, que havia sido expulso do PT, foi para o partido junto com Geraldo Moreira, que deixou o PMN.

O PSB ganhou o reforço de Marcelo Simão, que deixou o PHS. Já o PTdoB atraiu Marcos Abrahão, que estava sem partido, desde que deixou o PSL.

DEM e PSDB querem pedir cadeiras

O DEM e o PSDB vão recorrer à Justiça Eleitoral para tentar reaver os mandatos dos deputados que trocararam as legendas por outras. Segundo o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, a orientação é recorrer contra todos os parlamentares que deixaram o partido.

Advogados do PSDB também confirmaram que os tucanos vão recorrer, especialmente contra o deputado Pedro Paulo. Ele já vinha sofrendo processo de expulsão pelo diretório regional, por ter apoiado a candidatura do prefeito Eduardo Paes (PMDB), apesar de o PSDB ter apoiado Fernando Gabeira (PV).

O Ministério Público Eleitoral (MPE) também está de olho no troca-troca partidário. A procuradora regional eleitoral, Silvana Batini, já alertou que vai analisar “caso a caso” e deve entrar com ações contra os políticos por infidelidade partidária. Ela reconhece, porém, que os infratores podem ser beneficiados. Como falta pouco mais de um ano para o fim dos mandatos, quando as ações forem julgadas, a punição de cassação pode não ter mais efeito prático.

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