domingo, 1 de novembro de 2009

Brasília-DF :: Luiz Carlos Azedo

DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

Corda esticada demais

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), estressou demais a relação com o governador de Minas, Aécio Neves, que também pleiteia a vaga de candidato à Presidência da República do partido. Fleumático, Serra avisou a gregos e baianos que somente decidirá se candidatar a presidente da República em março. Como esse é o prazo de desincompatibilização do calendário eleitoral, para Serra basta permanecer no Palácio dos Bandeirantes para concorrer à reeleição a governador. Nesse caso, Aécio seria instado pelo PSDB a disputar a Presidência “vendido”, pois a decisão de Serra estaria relacionada à real correlação de forças da disputa com os candidatos da situação.

O governador de Minas não aceita essa condição de “reserva”, “azarão” ou “candidato para marcar posição”. Nem quer ouvir falar de ser vice na chapa de Serra. Nessas condições, está decidido a disputar uma vaga ao Senado e se dedicar à eleição de seu vice, Antonio Anastasia (PSDB). Pode sugerir o nome do ex-presidente Itamar Franco (PPS) para vice de Serra ou mesmo entregar para Deus os rumos da sucessão do presidente Lula em 2010. A Serra o que é de Serra: é preciso muito sangue para administrar uma situação como essa. A cúpula do PSDB, porém, ao contrário do governador paulista, está à beira de um ataque de nervos.

Estrela solitária

Defensor ardoroso da candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) a presidente da República, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) tem a tese de que a legenda não tem nada a perder mantendo seu candidato, mesmo isolado. Segundo ele, o PT excluiu os demais partidos de esquerda do projeto sucessório de Lula ao fechar com o PMDB o vice de Dilma Rousseff. Em qualquer circunstância, o partido ganharia mais com um candidato próprio no primeiro turno. Outros caciques do PSB, porém, já admitem que o deputado cearense acabará candidato a governador de São Paulo, como quer o presidente Lula. Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos virou esfinge.

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