DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
A senadora Marina Silva atirou no que viu - sua candidatura à Presidência - e acertou no que não viu - a aliança entre PSDB e DEM, que por sua causa é sacudida pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, que atira em um alvo mirando em outro, mas o faz de caso pensado.
Até antes do advento Gilberto Kassab em São Paulo a liderança de maior expressão do DEM no cenário nacional, Cesar Maia é candidato a uma das duas vagas do Rio em disputa no Senado.
Quando a senadora anunciou sua candidatura a presidente, o deputado Fernando Gabeira desistiu da candidatura ao governo do Estado e anunciou que concorreria ao Senado por absoluto imperativo partidário: filiado ao PV, não poderia mais dividir seu apoio com o PSDB, optando assim, por ficar exclusivamente com Marina.
Com isso, atrapalhou os planos de Cesar Maia, que, até então, ao que consta teria uma eleição razoavelmente tranquila para o Senado concorrendo numa faixa de eleitorado diferente daquela disputada pelo outro adversário forte, o senador Marcelo Crivella.
Com Gabeira no páreo, a coisa muda de figura, pois o deputado, que quase ganhou a Prefeitura do Rio em 2008, avança exatamente sobre o público alvo de Cesar Maia.
É jogo jogado e encerrado? Não, o PSDB tem esperança de convencer Gabeira a mudar de ideia. Mas só quem poderia fazê-lo com chance de sucesso e autoridade para negociar alternativas em caso de derrota seria o candidato a presidente.
No entendimento da maioria da aliança PSDB-DEM, o governador de São Paulo, José Serra. Só que a preliminar indispensável para esse tipo de negociação é a definição oficial da candidatura.
Daí o gesto de semanas atrás do deputado Rodrigo Maia, filho de Cesar e presidente nacional do DEM, pedindo uma decisão e anunciando a possibilidade de apoio ao governador de Minas, Aécio Neves.
Não surtiu efeito. Serra até se movimentou para aplacar os ânimos, mas não mudou de planos quanto ao anúncio oficial só em março, às vésperas do prazo final para a desincompatibilização do cargo de governador.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, foi ao Rio ver se conseguia acertar os ponteiros. Cesar Maia não aceita, quer a interferência pessoal e direta de José Serra.
Ante o impasse, o ex-prefeito fez nova investida partindo para o confronto ao chamar Serra de "caudilho" por centralizar a decisão e condicionar à sua conveniência o destino dos aliados.
Surtirá efeito? Provavelmente não e por três motivos: primeiro, o DEM não tem como interferir na decisão do PSDB; segundo, não tem outro caminho a seguir fora da aliança com os tucanos; terceiro, para efeito externo o partido segue o rumo do presidente Rodrigo Maia, mas internamente avalia que não há como impor os contenciosos regionais à estratégia nacional.
Vertente
Se Gabeira mantiver a decisão de não sair candidato a governador, o PSDB pensa no deputado Marcelo Itagiba para assumir a vaga.
Ou não
À primeira vista o presidente Luiz Inácio da Silva - que, aliás, foi de prudência exemplar ao tratar publicamente do tema - sinaliza a intenção de corroborar a provável decisão do Supremo Tribunal Federal em favor da extradição de Cesare Battisti, quando diz que se a sentença for de caráter "determinativo" encerra-se a discussão.
Lula passou ao largo da tese dos defensores da permanência de Battisti no Brasil de que cabe a ele a última palavra. Mas não disse que o STF será a última instância em qualquer hipótese.
Se o STF não puser em discussão e julgamento esse aspecto da questão, a decisão não terá sido "determinativa".
O tribunal pode julgar a extradição sem abordar se deve ou não ir a exame do presidente. Nesse caso, Lula pode interpretar que não houve determinação e avocar para si uma decisão.
Significa que a posição do presidente é ainda uma obra em aberto.
A escolhida
Se a ministra Dilma Rousseff não pode dar uma entrevista sem incorrer no risco do desastre, se precisa ser escondida numa situação adversa, se para concorrer a uma eleição necessita que sejam removidos todos os obstáculos de seu caminho e ainda precisa de alguém que lhe transfira votos, é de se perguntar com que atributos pessoais e políticos Dilma governará o Brasil.
A menos que tenha sido escolhida para, em caso de vitória, fazer mera figuração como presidente de direito enquanto Lula preside o Brasil ao molde de um terceiro mandato de fato.
Sem perdão
Em atenção ao idioma, cumpre o envergonhado dever de corrigir o "bem" em contraposição ao "mau", cometido no texto de ontem em detrimento do "mal", como seria o correto.
A senadora Marina Silva atirou no que viu - sua candidatura à Presidência - e acertou no que não viu - a aliança entre PSDB e DEM, que por sua causa é sacudida pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, que atira em um alvo mirando em outro, mas o faz de caso pensado.
Até antes do advento Gilberto Kassab em São Paulo a liderança de maior expressão do DEM no cenário nacional, Cesar Maia é candidato a uma das duas vagas do Rio em disputa no Senado.
Quando a senadora anunciou sua candidatura a presidente, o deputado Fernando Gabeira desistiu da candidatura ao governo do Estado e anunciou que concorreria ao Senado por absoluto imperativo partidário: filiado ao PV, não poderia mais dividir seu apoio com o PSDB, optando assim, por ficar exclusivamente com Marina.
Com isso, atrapalhou os planos de Cesar Maia, que, até então, ao que consta teria uma eleição razoavelmente tranquila para o Senado concorrendo numa faixa de eleitorado diferente daquela disputada pelo outro adversário forte, o senador Marcelo Crivella.
Com Gabeira no páreo, a coisa muda de figura, pois o deputado, que quase ganhou a Prefeitura do Rio em 2008, avança exatamente sobre o público alvo de Cesar Maia.
É jogo jogado e encerrado? Não, o PSDB tem esperança de convencer Gabeira a mudar de ideia. Mas só quem poderia fazê-lo com chance de sucesso e autoridade para negociar alternativas em caso de derrota seria o candidato a presidente.
No entendimento da maioria da aliança PSDB-DEM, o governador de São Paulo, José Serra. Só que a preliminar indispensável para esse tipo de negociação é a definição oficial da candidatura.
Daí o gesto de semanas atrás do deputado Rodrigo Maia, filho de Cesar e presidente nacional do DEM, pedindo uma decisão e anunciando a possibilidade de apoio ao governador de Minas, Aécio Neves.
Não surtiu efeito. Serra até se movimentou para aplacar os ânimos, mas não mudou de planos quanto ao anúncio oficial só em março, às vésperas do prazo final para a desincompatibilização do cargo de governador.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, foi ao Rio ver se conseguia acertar os ponteiros. Cesar Maia não aceita, quer a interferência pessoal e direta de José Serra.
Ante o impasse, o ex-prefeito fez nova investida partindo para o confronto ao chamar Serra de "caudilho" por centralizar a decisão e condicionar à sua conveniência o destino dos aliados.
Surtirá efeito? Provavelmente não e por três motivos: primeiro, o DEM não tem como interferir na decisão do PSDB; segundo, não tem outro caminho a seguir fora da aliança com os tucanos; terceiro, para efeito externo o partido segue o rumo do presidente Rodrigo Maia, mas internamente avalia que não há como impor os contenciosos regionais à estratégia nacional.
Vertente
Se Gabeira mantiver a decisão de não sair candidato a governador, o PSDB pensa no deputado Marcelo Itagiba para assumir a vaga.
Ou não
À primeira vista o presidente Luiz Inácio da Silva - que, aliás, foi de prudência exemplar ao tratar publicamente do tema - sinaliza a intenção de corroborar a provável decisão do Supremo Tribunal Federal em favor da extradição de Cesare Battisti, quando diz que se a sentença for de caráter "determinativo" encerra-se a discussão.
Lula passou ao largo da tese dos defensores da permanência de Battisti no Brasil de que cabe a ele a última palavra. Mas não disse que o STF será a última instância em qualquer hipótese.
Se o STF não puser em discussão e julgamento esse aspecto da questão, a decisão não terá sido "determinativa".
O tribunal pode julgar a extradição sem abordar se deve ou não ir a exame do presidente. Nesse caso, Lula pode interpretar que não houve determinação e avocar para si uma decisão.
Significa que a posição do presidente é ainda uma obra em aberto.
A escolhida
Se a ministra Dilma Rousseff não pode dar uma entrevista sem incorrer no risco do desastre, se precisa ser escondida numa situação adversa, se para concorrer a uma eleição necessita que sejam removidos todos os obstáculos de seu caminho e ainda precisa de alguém que lhe transfira votos, é de se perguntar com que atributos pessoais e políticos Dilma governará o Brasil.
A menos que tenha sido escolhida para, em caso de vitória, fazer mera figuração como presidente de direito enquanto Lula preside o Brasil ao molde de um terceiro mandato de fato.
Sem perdão
Em atenção ao idioma, cumpre o envergonhado dever de corrigir o "bem" em contraposição ao "mau", cometido no texto de ontem em detrimento do "mal", como seria o correto.
Aqui não cabe a aplicação do dito popular "tal pai tal filho"(ou filha, politicamente falando);a Ministra é ôca de qualquer conteúdo político; nada lhe qualifica a fazer um governo, se eleita for, deixando sua marca. Nem que o Lula lhe emprestasse a dele.
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