quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lula dá de ''400 a 0'' em FHC, diz ministra

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Em tom de campanha, Dilma defende continuidade do governo do PT e faz comparações com o período anterior

Nicola Pamplona e Kelly Lima, RIO

Pré-candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, aproveitou o batismo de um navio em Niterói, no Rio, para subir o tom na defesa da candidatura petista. Em discurso para trabalhadores, empresários e autoridades locais, Dilma defendeu a continuidade do governo Lula e fez diversas comparações com o período do tucano Fernando Henrique Cardoso. "Nosso governo dá de 400 a zero no anterior", afirmou a ministra em entrevista após a cerimônia, realizada no estaleiro STX Europe.

"O presidente Lula já começou a mudar esse País e, para nós, a continuidade do governo do presidente Lula significa, junto com os senhores, avançar cada vez mais. Essa parceria entre governos, trabalhadores e empresários é a parceria vitoriosa para esse País", discursou, após receber homenagem do Sindicato Nacional da Indústria de Construção Naval.

Dilma foi convidada pelo STX Europe para ser madrinha da embarcação Skandi Ipanema, que vai apoiar as operações petrolíferas do grupo de Eike Batista. Ainda no palanque, a petista iniciou as comparações com o governo FHC.

"Diante da crise, por exemplo, o governo anterior aumentou tributos e juros, reduziu investimentos e deprimiu o País", disse. "Nós, pelo contrário, reduzimos IPI e juros e aumentamos investimentos, gerando empregos." Acrescentou: "Comparar o Bolsa-Família, que atende a 11 milhões de famílias, com o vale gás do governo anterior é patético." E citou a questão social como "um marco desse governo".

Na entrevista concedida após o evento, Dilma declarou que a oposição tem medo de comparações entre as duas gestões. No mês passado, o DEM, PSDB e PPS protocolaram representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Lula e a ministra, acusando-os de antecipar o início da campanha com viagens para inaugurações de obras. "Entendo o nervosismo. Depois que falam tudo o que querem, dizem "agora, não vamos polemizar". Tudo o que quero é comparar.
Tomamos gosto pela coisa", disse a pré-candidata do PT.

Antes de seu discurso, Dilma já havia recebido elogios e apoio de praticamente todos os oradores, incluindo o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho (PMDB), o prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PDT), e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Contratante da embarcação, o empresário Eike Batista, afirmou que o Skandi Ipanema "vai ter a maior sorte, por ter como madrinha a ministra Dilma", que foi saudada por sindicalistas como "o alicerce" para o renascimento da indústria naval brasileira.

Em São Paulo, o governador José Serra, principal pré-candidato à Presidência do PSDB, não quis comentar as críticas dirigidas à gestão FHC, da qual foi ministro da Saúde.

Colaborou Ricardo Brandt

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