DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Há dias a festa de 20 anos da queda do Muro de Berlim reuniu chefes de Estado dos EUA e países da Europa, ex-comunistas e capitalistas, liberais e autoritários, que protagonizaram a guerra fria pós-anos 1950 e ali estavam para, finalmente irmanados, celebrar o fim de uma barreira que dividiu uma cidade, separou famílias, extinguiu a liberdade. Abaixo da Linha do Equador, a guerra fria também chegou à América Latina, trazida pelos dois fantasmas que dominavam o mundo: o comunismo e o imperialismo norte-americano. Por aqui não havia muro. Mas generais que enxergavam o fantasma comunista em tudo tomaram o poder e impuseram suas ditaduras.
Há dias a festa de 20 anos da queda do Muro de Berlim reuniu chefes de Estado dos EUA e países da Europa, ex-comunistas e capitalistas, liberais e autoritários, que protagonizaram a guerra fria pós-anos 1950 e ali estavam para, finalmente irmanados, celebrar o fim de uma barreira que dividiu uma cidade, separou famílias, extinguiu a liberdade. Abaixo da Linha do Equador, a guerra fria também chegou à América Latina, trazida pelos dois fantasmas que dominavam o mundo: o comunismo e o imperialismo norte-americano. Por aqui não havia muro. Mas generais que enxergavam o fantasma comunista em tudo tomaram o poder e impuseram suas ditaduras.
Prenderam, torturaram, mataram opositores, exterminaram a liberdade.
Até a queda do Muro de Berlim, em 1989, as ditaduras de esquerda no Leste Europeu e as de direita na América Latina espalharam autoritarismo pela força das armas, suprimiram a liberdade e a democracia. Nos últimos 20 anos elas foram desaparecendo e em nosso continente só restou Cuba. Recuperamos, enfim, a liberdade - o bem mais precioso e impregnado no homem e do qual ele não aceita abrir mão por vontade espontânea, independentemente da classe social.
O Muro de Berlim caiu há 20 anos e o leste da Europa não quer voltar no tempo, mas a ideologia que lhe deu origem ainda sobrevive no imaginário de alguns governantes latino-americanos, que sonham se eternizar no poder (como os ditadores) sem ter de enfrentar oposição nem imprensa livre e impor o seu "socialismo bolivariano" - o populismo ralé do século 21, que distribui dinheiro à população pobre e não desenvolve o país, não gera riqueza, empregos e salários.
Ao longo da História, ditaduras de esquerda e de direita sempre se confundiram, usaram os mesmos métodos. Quando o venezuelano Hugo Chávez, que se diz socialista e de esquerda, convoca "estudantes revolucionários, trabalhadores e mulheres" para uma guerra patética contra a Colômbia, nada mais faz do que repetir o general Roberto Viola - que se dizia de direita - ao conclamar o povo argentino para a aventura da Guerra das Malvinas contra a Inglaterra, em 1982. Em momentos diferentes da História e com ideologias diferentes, ambos usam o mais grosseiro e rude populismo de inventar uma guerra como meio de criar um falso clima patriótico-nacionalista e atrair apoio político da população. Na Argentina, milhares de jovens recrutas morreram no mar gelado das Malvinas sem saberem por quê.
Quando o mesmo Chávez fecha emissoras de rádio e TV, Cristina Kirchner cria uma nova lei da mídia e persegue os jornais El Clarín e La Nación - pelo simples motivo de lhe fazerem oposição - e Lula tenta criar um conselho para controlar a imprensa no Brasil, eles repetem a censura imposta pelas ditaduras militares da América Latina nos anos 70.
É verdade que a onda de terceiro, quarto mandatos para os governantes na Venezuela, Equador, Bolívia, Colômbia e, agora, Honduras não chegou ao Brasil. É também verdade que Lula não usa o caudilhismo autoritário de Chávez, Morales e Correa. Ele até pode baixar o nível e recorrer ao deboche rasteiro ao falar da oposição, mas não tenta calá-la.
O problema de Lula não é se perpetuar no poder - embora o ambicione e tudo fará para voltar em 2014. O retrocesso político que ele impõe ao País decorre de sua visão estreita e limitada de democracia. Oportunista ou verdadeiro, pensado ou irrefletido, o fato é que ele vê a democracia como um sistema político em que os governantes são escolhidos pelo voto. E ponto final. Basta ter eleição para consagrar as liberdades democráticas.
Mas quem passa sete anos no exercício do poder sabe que democracia é um sistema político construído a partir das instituições, que precisam funcionar a favor dos cidadãos, ser suficientemente fortes para barrar a incompetência, a corrupção e proteger a sociedade contra governantes mal-intencionados. Em suas viagens mundo afora Lula viu democracias frágeis, outras maduras, umas em estado embrionário, outras em estado avançado de construção, viu que o Paraguai é diferente da Dinamarca.
O Brasil começava a construir suas instituições quando Lula chegou com seu trator em 2002.
Loteou funções de Estado entre partidos políticos, com pessoas incompetentes e despreparadas. E, se o cumprimento da regra de uma instituição lhe desagrada, trata de mudá-la. Como faz agora com o Tribunal de Contas da União, cuja função ele quer substituir por um conselho, por ele controlado, para liberar suas obras suspeitas de corrupção.
Suely Caldas é jornalista e professora de Comunicação da PUC-Rio.
Até a queda do Muro de Berlim, em 1989, as ditaduras de esquerda no Leste Europeu e as de direita na América Latina espalharam autoritarismo pela força das armas, suprimiram a liberdade e a democracia. Nos últimos 20 anos elas foram desaparecendo e em nosso continente só restou Cuba. Recuperamos, enfim, a liberdade - o bem mais precioso e impregnado no homem e do qual ele não aceita abrir mão por vontade espontânea, independentemente da classe social.
O Muro de Berlim caiu há 20 anos e o leste da Europa não quer voltar no tempo, mas a ideologia que lhe deu origem ainda sobrevive no imaginário de alguns governantes latino-americanos, que sonham se eternizar no poder (como os ditadores) sem ter de enfrentar oposição nem imprensa livre e impor o seu "socialismo bolivariano" - o populismo ralé do século 21, que distribui dinheiro à população pobre e não desenvolve o país, não gera riqueza, empregos e salários.
Ao longo da História, ditaduras de esquerda e de direita sempre se confundiram, usaram os mesmos métodos. Quando o venezuelano Hugo Chávez, que se diz socialista e de esquerda, convoca "estudantes revolucionários, trabalhadores e mulheres" para uma guerra patética contra a Colômbia, nada mais faz do que repetir o general Roberto Viola - que se dizia de direita - ao conclamar o povo argentino para a aventura da Guerra das Malvinas contra a Inglaterra, em 1982. Em momentos diferentes da História e com ideologias diferentes, ambos usam o mais grosseiro e rude populismo de inventar uma guerra como meio de criar um falso clima patriótico-nacionalista e atrair apoio político da população. Na Argentina, milhares de jovens recrutas morreram no mar gelado das Malvinas sem saberem por quê.
Quando o mesmo Chávez fecha emissoras de rádio e TV, Cristina Kirchner cria uma nova lei da mídia e persegue os jornais El Clarín e La Nación - pelo simples motivo de lhe fazerem oposição - e Lula tenta criar um conselho para controlar a imprensa no Brasil, eles repetem a censura imposta pelas ditaduras militares da América Latina nos anos 70.
É verdade que a onda de terceiro, quarto mandatos para os governantes na Venezuela, Equador, Bolívia, Colômbia e, agora, Honduras não chegou ao Brasil. É também verdade que Lula não usa o caudilhismo autoritário de Chávez, Morales e Correa. Ele até pode baixar o nível e recorrer ao deboche rasteiro ao falar da oposição, mas não tenta calá-la.
O problema de Lula não é se perpetuar no poder - embora o ambicione e tudo fará para voltar em 2014. O retrocesso político que ele impõe ao País decorre de sua visão estreita e limitada de democracia. Oportunista ou verdadeiro, pensado ou irrefletido, o fato é que ele vê a democracia como um sistema político em que os governantes são escolhidos pelo voto. E ponto final. Basta ter eleição para consagrar as liberdades democráticas.
Mas quem passa sete anos no exercício do poder sabe que democracia é um sistema político construído a partir das instituições, que precisam funcionar a favor dos cidadãos, ser suficientemente fortes para barrar a incompetência, a corrupção e proteger a sociedade contra governantes mal-intencionados. Em suas viagens mundo afora Lula viu democracias frágeis, outras maduras, umas em estado embrionário, outras em estado avançado de construção, viu que o Paraguai é diferente da Dinamarca.
O Brasil começava a construir suas instituições quando Lula chegou com seu trator em 2002.
Loteou funções de Estado entre partidos políticos, com pessoas incompetentes e despreparadas. E, se o cumprimento da regra de uma instituição lhe desagrada, trata de mudá-la. Como faz agora com o Tribunal de Contas da União, cuja função ele quer substituir por um conselho, por ele controlado, para liberar suas obras suspeitas de corrupção.
Suely Caldas é jornalista e professora de Comunicação da PUC-Rio.
My grandfather was born in 1912 in the village HEIDENSCHAFT, Julian Alps, at that time Austrian Empire. My mother was born in that same village in 1941, when it was Italian with the name AIDUSSINA. From 1947 that village became Yugoslavian and from 1991 it is Slovenian with the name AJDOVŠČINA.
ResponderExcluirHorrors, crimes, mournings and a lot of borders changings had crossed that village through the 20th century, but since 2007 it is possible to go from Austria and from Italy to that village without hurdles, because Slovenia entered the European Union.
I hope some day all borders histories may become like this.