quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Brasília-DF :: Luiz Carlos Azedo

DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

O espelho de Dilma

A gestão da imagem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), virou o xis da questão eleitoral para o Palácio do Planalto. Até agora, esteve a cargo do marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, João Santana, responsável pela campanha da reeleição de Lula em 2006. Dois bruxos do nosso marketing político, porém, foram chamados a dar pitacos sobre a imagem de Dilma: Duda Mendonça, o criador do “Lulinha paz e amor” da campanha de 2002, e Nizan Guanaes, que inventou a mão espalmada do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1994. O estado-maior do projeto Dilma-2010 anda inquieto e pede socorro por causa do índice de rejeição de Dilma nas pesquisas.

A imagem voluntarista de “Mãe do PAC”, fruto de uma tirada de palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi volatilizada pela vida como ela é. Primeiro, veio a crise econômica mundial, que deu ao governo o discurso atual — nacionalista, estatizante, desenvolvimentista —, mas fez o PAC e tudo o mais atrasar um ano. Depois, a doença de Dilma, que tirou a ministra dos palanques oficiais por um tempo e a obrigou a andar de peruca. Está chegando a hora de ela mostrar o cabelo joãozinho. E buscar o caminho mais curto e seguro para aumentar o grau de conhecimento (somente 32% a conhecem bem ou mais ou menos) sem aumentar o nível de rejeição (41% não votariam nela de jeito nenhum), revertendo a tendência sinistra revelada pela última pesquisa do Ibope/CNI.

Fora de eixo

É recorrente na administração pública a mudança de prioridades na medida em que elas vão sendo atendidas. Foi assim até com a inflação. A pesquisa Ibope/CNI, aparentemente, mostra que as prioridades do governo Lula — programas sociais, crescimento econômico, investimento em infraestrutura — já não são as dos eleitores. Desde que o governo não as abandone, é claro. Segurança pública, disparado, virou o centro das preocupações para 52% dos eleitores. Depois, vêm a qualidade da educação (38%), corrupção (33%) e impostos (17%).

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