DEU EM O GLOBO
Três pré-candidatos ao Planalto participam da Conferência de Copenhague; "virou tema da moda", diz especialista
Sergio Roxo
SÃO PAULO. A campanha presidencial do próximo ano será a primeira em que a preservação ambiental estará no centro do debate. O destaque internacional dado ao assunto, e a provável candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, são fatores citados por especialistas como responsáveis pela mudança de postura dos pré-candidatos a presidente, em comparação com eleições anteriores.
— Virou o tema da moda. Vai se tornar importante na campanha eleitoral. A questão não foi satisfatoriamente atacada pelos governos e estará muito presente — diz o cientista político Cláudio Couto, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A presença de três dos principais pré-candidatos na Conferência do Clima da ONU, em Copenhague, reforça a avaliação de que o assunto estará em discussão nas eleições de 2010.
Além de Marina, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), prováveis candidatos de seus partidos, também estão na conferência.
A petista é chefe da delegação brasileira na Dinamarca, e será a responsável por apresentar as metas brasileiras de redução da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. O tucano terá encontro com governadores de outros países. Marina participará de debates sobre a preservação da Amazônia. Antes mesmo de a campanha começar oficialmente, aliados dos três já usam a questão ambiental para atacar adversários. O governo federal e o de São Paulo travam uma batalha sobre a meta de redução de gases.
— A meta do governo federal é reduzir o crescimento da velocidade de emissão de gases. A meta de São Paulo é reduzir a emissão. Uma coisa é desacelerar um carro de 80 km/h para 60 km/h. Outra é dar marcha a ré.
Nós estamos dando marcha a ré até 2020 na emissão de gases poluentes que provocam o aquecimento global — disse o governador José Serra (PSDB), durante evento sobre meio ambiente, em 1ode dezembro.
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) rebate o governador: — Na verdade, são contabilidades diferentes. Com todas as nossas medidas, vamos retirar 23% dos gases da atmosfera, em relação a 2005. A lei de São Paulo diz que vai tirar 20%. Nossa meta é relativamente mais ambiciosa que a de São Paulo.
O secretário do Meio Ambiente de Serra, Xico Graziano, prefere fazer uma provocação: — Dilma sempre resistiu às metas (de redução de emissão de gases). Dizia que isso prejudicava o crescimento. Ela defende as usinas termoelétricas.
Minc sai em defesa de Dilma: — Ela tem crescentemente se sensibilizado por essa questão.
Nessa guerra dentro do governo, a minha posição era minoritária.
Dilma foi uma das pessoas que mais me ajudou a derrubar as áreas conservadoras que mais resistiam às mudanças.
O ministro critica a nova postura de Serra: — Agora, a competição é de quem é mais verde.
Todo mundo, até o Serra, é verdinho desde a mais tenra infância.
O governador diz que desde do começo do mandato, em 2007, prioriza o meio ambiente:
— A questão ambiental vem avançando muito no Estado de São Paulo, graças ao programa que fizemos desde o início do governo
Três pré-candidatos ao Planalto participam da Conferência de Copenhague; "virou tema da moda", diz especialista
Sergio Roxo
SÃO PAULO. A campanha presidencial do próximo ano será a primeira em que a preservação ambiental estará no centro do debate. O destaque internacional dado ao assunto, e a provável candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, são fatores citados por especialistas como responsáveis pela mudança de postura dos pré-candidatos a presidente, em comparação com eleições anteriores.
— Virou o tema da moda. Vai se tornar importante na campanha eleitoral. A questão não foi satisfatoriamente atacada pelos governos e estará muito presente — diz o cientista político Cláudio Couto, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A presença de três dos principais pré-candidatos na Conferência do Clima da ONU, em Copenhague, reforça a avaliação de que o assunto estará em discussão nas eleições de 2010.
Além de Marina, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), prováveis candidatos de seus partidos, também estão na conferência.
A petista é chefe da delegação brasileira na Dinamarca, e será a responsável por apresentar as metas brasileiras de redução da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. O tucano terá encontro com governadores de outros países. Marina participará de debates sobre a preservação da Amazônia. Antes mesmo de a campanha começar oficialmente, aliados dos três já usam a questão ambiental para atacar adversários. O governo federal e o de São Paulo travam uma batalha sobre a meta de redução de gases.
— A meta do governo federal é reduzir o crescimento da velocidade de emissão de gases. A meta de São Paulo é reduzir a emissão. Uma coisa é desacelerar um carro de 80 km/h para 60 km/h. Outra é dar marcha a ré.
Nós estamos dando marcha a ré até 2020 na emissão de gases poluentes que provocam o aquecimento global — disse o governador José Serra (PSDB), durante evento sobre meio ambiente, em 1ode dezembro.
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) rebate o governador: — Na verdade, são contabilidades diferentes. Com todas as nossas medidas, vamos retirar 23% dos gases da atmosfera, em relação a 2005. A lei de São Paulo diz que vai tirar 20%. Nossa meta é relativamente mais ambiciosa que a de São Paulo.
O secretário do Meio Ambiente de Serra, Xico Graziano, prefere fazer uma provocação: — Dilma sempre resistiu às metas (de redução de emissão de gases). Dizia que isso prejudicava o crescimento. Ela defende as usinas termoelétricas.
Minc sai em defesa de Dilma: — Ela tem crescentemente se sensibilizado por essa questão.
Nessa guerra dentro do governo, a minha posição era minoritária.
Dilma foi uma das pessoas que mais me ajudou a derrubar as áreas conservadoras que mais resistiam às mudanças.
O ministro critica a nova postura de Serra: — Agora, a competição é de quem é mais verde.
Todo mundo, até o Serra, é verdinho desde a mais tenra infância.
O governador diz que desde do começo do mandato, em 2007, prioriza o meio ambiente:
— A questão ambiental vem avançando muito no Estado de São Paulo, graças ao programa que fizemos desde o início do governo
Sobre a questão ambiental, a título de contraponto, sugiro a reprodução da entrevista do meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion publicada em http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/12/11/nao-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul.jhtm
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