domingo, 13 de dezembro de 2009

Governo reforça investimento em veículos regionais

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Dos R$ 616 milhões de propaganda deste ano, R$ 100 milhões foram para essas mídias

O apelo por uma maior participação das mídias regionais e das TVs comunitárias no bolo da propaganda do governo, feito pela maioria das propostas apresentadas à 1ª Confecom, nem precisaria ser levado ao encontro. O governo já atende aos meios de comunicações regionais e passará a fazer publicidade nas TVs comunitárias.

Dos R$ 616.221.846 destinados às TVs, rádios, jornais, internet, revistas e outdoors, neste ano, cerca de R$ 100 milhões pagaram a publicidade em mídias regionais, informou Ottoni Fernandes Júnior, subchefe-executivo da Secretaria da Comunicação do Governo (Secom).

Desde o início do segundo mandato do presidente Lula, o governo mudou seu eixo de propaganda. Passou a valorizar os veículos regionais, sob o argumento de que pretende democratizar a distribuição das verbas de publicidade.

Segundo informações da Secom, com 1.015 novos veículos cadastrados de 2008 para cá - acréscimo de 20,78% em relação ao ano passado -, o governo consolidou seu cadastro de veículos de mídia, base de sua política de regionalização de investimentos em publicidade.

O cadastro envolve veículos sediados em municípios com até 20 mil habitantes. Em 2008, o governo anunciava em 2.597 rádios; agora, foram cadastradas 2.750. Também no ano passado 1.273 jornais tinham anúncios do governo. Outros 862 foram incorporados e já podem contar com os anúncios, desde que comprovem circulação periódica. Ao todo, o governo cadastrou 4.885 veículos.

Cadastrados, os veículos se tornam aptos a receber propaganda institucional e material distribuído pela Secretaria de Imprensa do governo, como fotos de Lula e dos ministros e o conteúdo do programa Bom Dia, Ministro, na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

Há críticas quanto ao uso político das notícias enviadas. O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), afirma que é uma forma de o governo fazer propaganda de seus feitos, de sua candidata e de todas as realizações de Lula. "É a consolidação de um forte material de propaganda nos meios de comunicação das pequenas cidades."

Para Ottoni, não é nada disso. "Não dá para negar que o governo está fazendo justiça ao distribuir a verba da propaganda. Queriam que somente os veículos das grandes cidades continuassem recebendo as verbas, mas isso não é democrático", diz. "O governo não pergunta qual é a cor da emissora ou jornal, se são ligados ou não a algum partido. Quer saber é se tem audiência ou circulação."

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