sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mensalão petista abateu planos do empresário

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Brasília

Com a Justiça em seu encalço, o empresário Alcyr Collaço aportou na capital do País em 2003. Seu plano era comprar o Jornal de Brasília, que passava por grave crise após a prisão de um dos seus donos, Lourenço Peixoto, envolvido com a máfia dos vampiros, integrada por empresários e servidores graduados do Ministério da Saúde, que desviavam recursos públicos mediante a compra superfaturada de hemoderivados e produtos hospitalares.

Peixoto resistiu ao negócio e Collaço partiu, em sociedade com o jornalista Etevaldo Dias, para comprar o jornal Tribuna do Brasil. Seu proprietário, o ex-senador Mário Calixto Filho (PMDB), também respondia a processo criminal por envolvimento em esquema de corrupção em Rondônia, pelo qual acabou cassado e preso. Após meses de barganha, o negócio foi fechado no início de 2005, por cerca de R$ 5 milhões, mas não envolveu pagamento em espécie.

Em junho de 2005, caiu por terra o plano de montar um grande veículo regional ligado à rede petista, por causa do escândalo do mensalão, mesada paga a deputados em troca de apoio a projetos. Em 2006, Etevaldo deixou a sociedade. "Após o mensalão, os anúncios sumiram e o jornal mergulhou em crise, com dívidas se acumulando e atrasos de pagamento de funcionários", disse. Ele não quis comentar o envolvimento do ex-sócio no escândalo da Caixa de Pandora.

Collaço aliou-se ao governo de Joaquim Roriz e foi atraído rapidamente para a Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan), estatal comandada por Durval Barbosa, pivô da operação Caixa de Pandora. O Ministério Público apurou que entre 2003 e 2006, sob o comando de Durval na Codeplan, foi desviado um montante de cerca de R$ 1,2 bilhão. V.M.C

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