sábado, 19 de dezembro de 2009

Nome de Itamar para vice ganha força

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Oposição, contudo, ainda sonha com Aécio e chapa tucana pura

BRASÍLIA – Poucas horas após o anúncio oficial da desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de concorrer à presidência em 2010, as especulações em torno de quem poderia completar a chapa que, tudo indica, será encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra, ganharam força. Apesar de líderes do PSDB, DEM e PPS afirmarem que a nova prioridade para a eleição de 2010 é convencer Aécio Neves a formar uma chapa tucana pura com Serra, alguns caciques já começam a arquitetar um plano B para ser colocado em prática caso o tucano mineiro rejeite a composição e confirme a pretensão de concorrer ao Senado por Minas.

O grupo de tucanos ligados a Aécio deseja ver como vice de Serra o ex-presidente Itamar Franco.
Itamar se filiou este ano ao PPS e em outubro foi eleito vice-presidente do partido. O ex-presidente defendia que Aécio Neves fosse o candidato da oposição e ensaia, até o momento, se lançar candidato ao Senado. Apesar de uma resistência do grupo de Serra ao nome do ex-presidente, Itamar teria ganhado força nas negociações em torno da vice-presidência depois do escândalo de corrupção que atingiu o DEM no Distrito Federal. O episódio fez com que muitos tucanos se tornassem resistentes a formar uma chapa oficial com alguém indicado pelo partido aliado. Dirigentes do DEM, entretanto, garantem que se Aécio não for mesmo o vice de Serra o partido não abrirá mão de indicar o vice.

Para o presidente do PPS, ex-deputado Roberto Freire (PE), Itamar tem credenciais para ocupar qualquer cargo de destaque na política nacional, mas os esforços da oposição serão a favor da chapa pura sangue do PSDB.

– A nossa mobilização é para fazer uma chapa com Serra é Aécio.

É com isso que trabalhamos até pela forma tranquila que Aécio anunciou sua saída e sem definir seu futuro. Essa é a prioridade de toda oposição porque são os melhores nomes para representar a oposição na disputa eleitoral. Agora, Itamar é um nome que pode ser lançado a qualquer momento. Ele tem credenciais claras – analisou.

Apesar de Aécio declarar oficialmente sua disposição de disputar o Senado em 2010, a oposição sonha com a chapa puro sangue.

Em caso de vitória da dupla, interlocutores do PSDB afirmam que o partido estaria disposto a oferecer a Aécio maiores poderes do que os que em geral são outorgados ao vice-presidência da República, como o controle de uma razoável fatia do primeiro escalão do governo.

Integrantes do PSDB também afirmam que a presença de Aécio na chapa de Serra teria um caráter “agregador” dentro do partido.

– O gesto do governador Aécio revelou duas coisas: uma enorme capacidade de agregação e a percepção de como ele é querido no meio político. Ele reconheceu que há uma tendência nas urnas para o Serra, num espaço de uma chapa que abriga os dois – argumentou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Tucanos mineiros, contudo, defendem que Aécio resista às pressões e mesmo assim dispute o Senado. Segundo eles, o governador não correr o risco de ficar sem mandato e sem vitrine para ampliar sua imagem nacionalmente.

No campo governista, coube ao ex-ministro José Dirceu dar início à concretização de um dos maiores temores de Serra antes da desistência de Aécio: a de que uma definição prematura do candidato o expusesse aos ataques dos aliados da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, antes da campanha.

Em nota publicada em seu blog, Dirceu diz que a desistência de Aécio cria um problema eleitoral para Serra: o eleitorado mineiro.

“O estado (Minas Gerais), segundo maior eleitorado do país, pode decidir a eleição. E os mineiros não perdoarão jamais o tucanato por impedir Minas, e Aécio, de ter um candidato a presidente.


Não há como reverter esse grande prejuízo eleitoral à candidatura paulista de Serra”, disparou Dirceu. (Com agências)

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