sábado, 27 de fevereiro de 2010

Em El Salvador, Lula evita críticas a Cuba

DEU EM O GLOBO

Luiza Damé
Enviada especial

SAN SALVADOR. Apesar das críticas de organizações de direitos humanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou mais uma vez criticar o governo de Raúl Castro pela situação de presos políticos em Cuba.

Lula também disse que não analisaria a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de sair da Comissão de Direitos Humanos da Organização de Estados Americanos.

— Eu acho que a gente não pode fazer o julgamento de um país, da atitude de um governante, por uma atitude de um cidadão que resolve entrar em greve de fome. Se os presos brasileiros entrassem em greve de fome e você fosse o governante, você iria liberar todos? É uma coisa mais delicada do que simplesmente fazer a crítica — disse Lula.

— Eu aprendi também a não dar muito palpite sobre as atitudes dos governos dos outros, porque muitas vezes a gente mete o dedo onde não deveria.

A declaração foi em resposta a perguntas de jornalistas brasileiros, no fim do encontro com o presidente de El Salvador, Maurício Funes. Lula, que estava sorridente, ficou irritado. Ele reafirmou ser contra greve de fome e disse conhecer desde 1975 as pessoas que o criticam por não condenar o desrespeito aos direitos humanos em Cuba.

Ontem, um dos editoriais do jornal “Washington Post” mencionou a visita de Lula a Cuba, destacando: “Constrangido, o presidente brasileiro disse que ‘lamentava profundamente’ a morte de Zapata. Uma pena que ele e outros castrófilos não tenham desejado se manifestar a favor dele antes de sua morte.” No espanhol “El País”, um artigo destacou “as contradições da diplomacia brasileira na hora de pressionar a favor da proteção dos direitos

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