quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Oposição quer CPI; Dilma nega lobby de Dirceu

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Da Sucursal De Brasília
Da Agência Folha, Em Cuiabá

A oposição defendeu ontem a criação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso para investigar a reativação da Telebrás. Líder do DEM no Senado, José Agripino (RN) disse que, "confirmada essa informação, é um escândalo de um megatráfico de influência".

O líder democrata na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), afirmou que as informações publicadas são o "elo perdido entre as especulações de existência de interesses escusos por trás da reativação e fatos concretos, como a supervalorização das ações em 35.000% em sete anos".

A criação da comissão recebeu ainda o apoio do líder da bancada do PSDB na Câmara, João Almeida (BA). "Não faz sentido criar mais uma estatal. A nuvem que está por trás disso começou a aparecer."

O deputado Fernando Ferro (PE), líder da bancada do PT na Câmara, reagiu: "A oposição deveria se preocupar em se defender em sua área. Vide o DF".

"A questão da impunidade, o esquema do mensalão continua no governo federal. Sob outras formas, mas com as mesmas pessoas", afirmou Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Como se trata de uma investigação conjunta entre Câmara e Senado, a CPMI pode furar a fila e ser criada mesmo que já haja comissões em curso ou à espera de instalação nas Casas.São necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores. Na Câmara, porém, a oposição tem só 128 nomes e dependeria de dissidentes governistas. No Senado, PSDB e DEM têm juntos 28 cadeiras.

Dilma

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência, disse ontem em Cuiabá que "jamais houve possibilidade" de uma ação de lobby envolvendo a Telebrás.

Segundo ela, não houve nenhuma "negociação administrativa" com empresas ou credores e todo o trâmite se deu por meio de "um processo judicial, durante três anos".

Questionada sobre possível lobby de Dirceu no governo, Dilma disse que "não entendia" a pergunta, uma vez que "jamais houve essa possibilidade".

"Ganhamos a Eletronet na Justiça. Essa empresa na reportagem, ao que tudo indica, não é sequer credora nossa", disse.

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