domingo, 28 de fevereiro de 2010

PSDB já tem candidatos próprios em 14 estados; e PT, em dez

DEU EM O GLOBO

ELEIÇÕES 2010:
Petistas vão impor alianças regionais estratégicas para Dilma

Os dois partidos, porém, ainda enfrentam dificuldades com palanques

Adriana Vasconcelos, Gerson Camarotti e Maria Lima

BRASÍLIA. Dirigentes e candidatos do PT e do PSDB vão intensificar as articulações este mês para fechar palanques competitivos nos estados para seus presidenciáveis. Os dois partidos avançaram, mas estão com problemas em estados emblemáticos. Para compensar a resistência do governador José Serra (SP) a antecipar o lançamento de sua candidatura presidencial e deixar claro para aliados que está no jogo, o PSDB estabeleceu como prioridade os maiores colégios eleitorais. Fechou palanques fortes em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, com candidatos próprios ou não. Mas não sabe como resolver palanques em estados como Pernambuco e Ceará.

O PT, por sua vez, está pondo em prática a política do comando do partido de, em nome da candidatura de Dilma Rousseff, abrir mão de candidaturas próprias em favor das alianças. Até agora, o PSDB tem 14 candidatos próprios definidos nos estados. O PT, 10. Nos dois casos o número pode subir. Mas os petistas decidiram apoiar aliados em 13 estados, enquanto o compromisso dos tucanos com aliados se restringe a sete.

- A estratégia do governador Serra está certa. Temos apoios definidos em quase todos os estados. Não houve prejuízo na arrumação dos palanques estaduais. Antecipar a candidatura serve só para ampliar o tempo da travessia no deserto - diz o ex-líder do PSDB e um dos principais aliados de Serra, deputado Jutahy Júnior (BA).

PT: problemas em SP, Rio e MG

Já o PT, mesmo com um leque de alianças mais amplo que a oposição e com a pré-candidata Dilma Rousseff já lançada, está com problemas em estados estratégicos. Até agora, o partido não tem solução para seus palanques em Minas e São Paulo, além de um complicador - Anthony Garotinho (PR) - no Rio, onde já tinha fechado com o peemedebista Sérgio Cabral.

- Não é momento de apresentar dificuldades. Não podemos criar problemas para nós mesmos. A eleição da ministra Dilma é o principal objetivo - diz o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Serra enfrenta fragilidades em vários estados, especialmente no Nordeste. Terá de agir com firmeza para assegurar palanques competitivos em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul. A insistência da governadora Yeda Crusius de disputar a reeleição, depois do desgaste com os escândalos locais, pode dificultar a vida de Serra.

No Ceará, reduto tucano por anos seguidos, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) resiste em disputar pela quarta vez o governo, como deseja a cúpula. Sua preferência é a aliança com o governador Cid Gomes, do PSB, que fechou com Dilma. Em Pernambuco, Serra tem trabalhado para convencer o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) a sair candidato ao governo e se contrapor à força de Lula.

- Este é o momento de priorizar as alianças estaduais para garantir palanques fortes para nosso candidato à Presidência - diz o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Avaliação de petistas e tucanos é que Serra tem vantagem no Sul e Centro-Oeste, mas está em desvantagem no Norte e Nordeste, o que zera a disputa no Sudeste. Como o Rio será um estado rachado, e em São Paulo Serra tem vantagem de seis milhões de votos, o definidor da eleição deverá mesmo ser Minas. O temor no PSDB é de que não haja empenho suficiente do governador Aécio Neves

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