terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PSDB opta pela candidatura Beto Richa no Paraná

DEU NO VALOR ECONÔMICO

Marli Lima, de Curitiba

O diretório regional do PSDB no Paraná indicou ontem o nome do prefeito de Curitiba, Beto Richa, como pré-candidato ao governo do Paraná nas eleições de 2010. Em encontro que lotou uma sala de um hotel de luxo no centro da cidade, o tucano recebeu 41 dos 42 votos da reunião.
O senador Alvaro Dias, que disputou a preferência pela vaga, não compareceu ao local e criticou a decisão em seu blog na internet e também no twitter.

Na opinião de Alvaro, foi uma "reunião ilegal". O senador reclamou da antecipação da decisão e também disse que "o PSDB do Paraná está armando o palanque adversário". E explicou: "A Prefeitura de Curitiba passa para as mãos do PSB [partido do vice-prefeito, Luciano Ducci], do candidato à Presidência Ciro Gomes", e "o palanque de Dilma Rousseff passa a existir com a força da candidatura de Osmar Dias [do PDT, irmão de Alvaro]".

Empolgado, Richa disse que vai trabalhar na criação de uma grande aliança em torno de sua candidatura. "Temos várias conversas com partidos que estiveram conosco na última eleição", disse ele, que admitiu que o mais difícil é atrair o PDT, que "tem um candidato viável" no Estado. O tucano adiantou que outras siglas podem engrossar sua campanha e que "o PMDB é um deles". Representantes do DEM também estiveram no encontro.

A formalização da candidatura só ocorrerá em junho, na convenção do partido. Até lá, resta saber se o racha interno será mantido ou não. "Nosso projeto é trazer o Alvaro. Espero que ele acate o indicativo do partido, que em sua quase totalidade manifestou seu desejo", comentou Richa. O nome dele foi indicado mais de um mês depois do previsto, após reuniões nos últimos dias dos dois pré-candidatos com representantes do partido em Brasília e em São Paulo.

Alvaro argumentava que seu nome era mais viável para o projeto nacional de eleger o governador José Serra para presidente. Segundo ele, caso seu nome fosse escolhido, seu irmão poderia desistir da disputa, o que enfraqueceria a campanha de Dilma no Estado. Nos últimos meses, os irmãos Dias trabalharam em favor de suas próprias candidaturas e, embora afirmassem que um não iria concorrer com o outro, nenhum nunca deu garantia de que desistiria do pleito.

Em 2002, quando disputou o cargo, Serra perdeu no Paraná no primeiro e no segundo turno para Lula. "Tenho certeza de que todos os companheiros e os partidos coligados vão trabalhar intensamente para garantir uma grande votação para o Serra no Estado", adiantou Richa.

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