terça-feira, 30 de março de 2010

Para oposição, PAC-2 é uma 'fraude eleitoreira'

DEU EM O GLOBO

Em nota conjunta, PSDB, DEM e PPS criticam baixa execução do PAC-1 e campanha fora de hora de Dilma

Adriana Vasconcelos e Isabel Braga

BRASÍLIA. A oposição classificou ontem como uma farsa o lançamento da nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento, o chamado PAC-2.

Em nota conjunta, PSDB, DEM e PPS denunciaram o caráter eleitoreiro do anúncio de investimentos estimados em R$ 1,59 trilhão, que teriam como objetivo principal turbinar a candidatura da petista Dilma Rousseff à sucessão presidencial. Os três partidos lembraram ainda que pelo menos 54% das obras incluídas no PAC-1 sequer saíram do papel e apenas 11% foram concluídas. A ideia dos tucanos, por exemplo, é explorar isso durante a campanha eleitoral.

O PAC-2 representa mais promessas de obras que não serão realizadas ou ficarão inacabadas.

Trata-se de uma grande fraude que será demonstrada na campanha, quando pretendemos mostrar as obras atrasadas, as que não saíram do papel e as que têm problemas segundo levantamento do Tribunal de Contas da União afirmou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

No mesmo tom, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), condenou a tentativa do presidente Lula de definir o programa de governo de seu sucessor: O governo não conseguiu terminar o PAC-1 e já lança o 2.

Parece filme de comédia e mostra que este governo não tem gestão, só pensa em eleição.

O Brasil precisa acordar para essa nova jogada de marketing do governo, que está mais para Programa de Aceleração de Campanha do que de Crescimento.

E o pior, lançam um programa e deixam a conta para o sucessor emendou o líder do DEM, José Agripino (RN).

Partidos podem entrar com nova ação no TSE Na nota divulgada ontem, a oposição não poupou de críticas nem mesmo as lágrimas vertidas pela ministra Dilma Rousseff: Sob lágrimas e promessas de fazer até o que cabe a governos estaduais e municipais, atuais e futuros, a candidata do governo, com pompa e circunstância, anunciou o PAC-2, um programa tão pretensioso quanto o primeiro, o PAC-1, que três anos depois de ser lançado tem 54% do que foi anunciado dormindo em gavetas da burocracia.

Para o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), em vez de chorar, Dilma deveria ter pedido desculpas pela baixa execução do PAC-1. Irônico, o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), disse que já tinha reservado bilhetes para o trem-bala, um dos projetos listados no PAC-2: Foi um espetáculo de marketing eleitoreiro, uma atuação teatral da pré-candidata que, na falta de emoção, procurou as lágrimas provavelmente ouvindo o marqueteiro da Hillary Clinton.

O próprio presidente reconheceu que não tem nem 50% de execução do PAC-1: é a confissão de incompetência explícita.

Diante do viés eleitoral da solenidade preparada pela Presidência, os lideres de oposição admitiram que vão avaliar, com as assessorias jurídicas, se entram ou não com uma nova ação contra Dilma e Lula no TSE, acusando-os de propaganda eleitoral fora de época.

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