quarta-feira, 24 de março de 2010

Serristas querem PSC, mas sem apoio de Roriz

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Em reação ao encontro do ex-governador com FHC, presidente do PSDB diz que negociação de aliança com partido "não diz respeito" à eleição no DF

BRASÍLIA - Defensores da candidatura do governador José Serra (PSDB) querem vê-lo coligado com o PSC na eleição presidencial, mas não querem ouvir falar em aliança com o ex-senador Joaquim Roriz (PSC), que deve tentar volta ao governo do Distrito Federal.

"Nosso acordo com o PSC é nacional e não diz respeito às eleições estaduais", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra ( PE), surpreendido com a visita de Roriz ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na noite de segunda-feira em São Paulo.

A notícia de que Fernando Henrique abrira as portas de seu apartamento em Higienópolis para receber Roriz deixou o tucanato em polvorosa. "Brasília é um campo minado para todos os lados.
Qualquer movimento pode gerar explosão", advertiu o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Serrista de primeira hora, Jutahy recomenda cautela. "Qualquer compromisso eleitoral em Brasília, antes do prazo máximo que é 30 de junho, é uma temeridade para qualquer candidato."

Tucanos querem distância do ex-senador, convencidos de que investigações da Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, que levaram à prisão de José Roberto Arruda, agora governador cassado, podem complicar a vida do antecessor Roriz. E não se conformam com o encontro dele com o presidente de honra do partido. "Preferia o Fernando Henrique defendendo a legalização da maconha", lamentou, bem-humorado, o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES).

Em conversas reservadas, eles responsabilizaram o ex-ministro Eduardo Jorge Caldas pela reunião de Roriz com FHC, considerada "totalmente inconveniente" para o candidato Serra. A avaliação é de que Caldas agiu "movido pelo ódio pessoal ao PT".

Apesar do reconhecimento de que Caldas foi "injustamente perseguido" por petistas no governo FHC, com acusações pelas quais foi inclusive indenizado por ordem da Justiça, ninguém aprova o encontro com Roriz.

O trabalho dos articuladores tucanos para fechar coligação nacional com o PSC encontra explicação no tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Juntos, o PSDB, DEM e PPS somam 6 minutos e 48 segundos em cada um dos dois blocos diários de 25 minutos de programa em rede nacional. Se o PSDB fechar aliança nacional com o PTB e o PSC, ganhará um minuto a mais no programa da oposição.

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