DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Lula começou a se despedir em grande estilo. Nas reuniões internacionais, como as várias de ontem em Brasília, agradece a convivência e lembra que, no ano que vem, não tem mais.
"Pessoalmente, eu me despeço do Ibas com o sentimento do dever cumprido, com orgulho, felicidade de ver que nossa ideia prosperou. Com a alegria de ter compartilhado com indianos e sul-africanos esta extraordinária aventura. Desafiamos a geografia e a inércia -e vencemos!", disse Lula, no final do encontro entre Índia, Brasil e África do Sul, no Itamaraty.
O próximo será em outubro de 2011 e, portanto, com Serra, Dilma, Ciro ou Marina.
Além dos dois outros presidentes, de seus chanceleres e de centenas de funcionários, havia uma multidão de jornalistas. Foram 539 credenciados, de cinco países, porque, depois, começou uma outra reunião -ou uma outra despedida, a dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Lula parecia impaciente, batucando a mão direita na esquerda, mas estava no seu habitat natural, sob holofotes, entre um presidente negro e outro de turbante, unindo países, mudando a história.
Quando ele se despediu, automaticamente puxou a memória desses últimos 16 anos de política externa brasileira, primeiro com Mr. Cardoso, agora com Lula. Com estilos diferentes, ambos fizeram o que na diplomacia e na vida internacional se costuma chamar de "great job".
FHC abriu as portas do mundo para o Brasil. Lula passou por ela e foi embora. O avanço brasileiro não tem volta. Mas como? Depois da elegância culta de FHC e da ousadia e da liderança de Lula, o que esperar do sucessor, ou sucessora?
Imagine Serra chato, Dilma mandona, Ciro grosseiro e Marina inexperiente em fóruns que se propõem a fortalecer a posição dos emergentes e a enfrentar a arrogância dos países ricos.
Tem de ser feito, mas com jeito. Qual deles tem mais? Você é quem decide!
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
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