DEU NA REVISTA ISTOÉ
Durante a fala de Dilma sobre o PAC 2, os ministros e até o presidente dão sinais de que o tom da candidata é cansativo
Octávio Costa, Sérgio Pardellas
O palco estava armado. Todos os holofotes iluminavam a festa de lançamento do PAC 2, segunda versão do principal programa de infraestrutura do governo Lula. A plateia, composta por 30 ministros, 16 governadores, prefeitos e sindicalistas, acotovelava- se num dos centros de convenções mais sofisticados de Brasília para assistir ao último grande evento de Dilma Rousseff como ministra da Casa Civil.
Na visão dos convidados, era uma ótima oportunidade para Dilma dar a partida em sua pré-campanha à Presidência com um discurso mais emocionante. Mas sua fala de 50 minutos não empolgou. Ela, mais uma vez, fez uma apresentação técnica e cheia de números. Alguns integrantes do primeiro escalão do governo caíram em sono profundo e até o presidente Lula acusou o enfado. Foi o caso do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Sentado atrás do vice-presidente José Alencar, ele dormiu de revirar os olhos durante pelo menos oito minutos.
Outro que apagou foi o chanceler Celso Amorim. Começou a dormir antes mesmo do pronunciamento de Dilma. Ao lado dele, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, cochilava. Os ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e do Trabalho, Carlos Lupi, também brigaram contra o sono. Enquanto Mantega, Bernardo e Lupi não paravam de esfregar os olhos, Geddel bocejava. Sentado ao lado de Dilma, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deixou a cabeça pender sobre o peito por cinco vezes.
“Graças a Deus é o último Power Point de Dilma”, brincou um dirigente petista. O staff do PT garante, porém, que os pronunciamentos soporíferos de Dilma acabaram. “Os discursos técnicos de Dilma como ministra eram coerentes com o cargo. Falava a alta executiva do governo. O discurso de campanha será outro”, garantiu à ISTOÉ um guru da ex-ministra.
Uma pequena demonstração já foi dada durante solenidade de posse dos novos ministros, evento que também marcou a despedida de Dilma da Casa Civil. Ela falou de improviso e conseguiu arrancar aplausos sinceros. Foi um começo.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
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