sexta-feira, 23 de abril de 2010

Serra: 'Meu governo será o da produção'

DEU EM O GLOBO

Em nova visita ao Nordeste, Serra promete investir no setor

Paulo Francisco*

NATAL. O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu ontem, em visita à capital potiguar, a manutenção do programa Bolsa Família, e prometeu reforçá-lo, caso eleito. Em sua terceira visita a uma cidade nordestina em uma semana, Serra deu entrevista ao vivo para TV e rádio, além de ter participado de almoço com empresários na Câmara dos Diretores Lojistas de Natal.

— O emprego é a variável fundamental, porque eu sou a favor do apoio à família e sou a favor do Bolsa Família — disse Serra.

Em entrevista para a TV Tropical, de propriedade do senador José Agripino Maia, líder do DEM, o tucano disse que está se preparando para ser presidente desde a adolescência.

Provocado pelo jornalista Cassiano Arruda, com a pergunta de como seria a presença do Estado em seu governo, o tucano defendeu a presença do governo na economia de forma atlética e não como um lutador de sumô, a luta japonesa praticada por competidores obesos.

José Serra disse que a privatização não tem mais espaço significativo hoje, comentando que via duas alternativas para a ação do Estado.

— Sou contra isso (o Estado obeso e ineficiente), porque você está gastando dinheiro dos contribuintes.

O dinheiro falta para educação, saúde, e saber gastar é crucial — disse o tucano, acrescentando também não concordar com a ideia do Estado de braços cruzados, que não faz nada e espera que os mercados resolvam: — O que defendo é um Estado ativo: não obeso, mas forte. Eu defendo o Estado musculoso, mas enxuto, porque nós não somos lutadores de sumô, que estes, sim, não sei por que, precisam ser obesos.

No encontro com empresários, o tucano foi aplaudido ao dizer que, se for presidente, vai privilegiar o setor produtivo. Para Serra, o que o país precisa é fortalecer o setor, que produz bens e serviços que a população consome.

— Produção industrial, produção agrícola, é o que faz a riqueza do país — afirmou o ex-governador paulista. — O meu governo será o período da produção — disse ele.

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