segunda-feira, 24 de maio de 2010

Após pesquisa, cresce pressão sobre Aécio

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

A última pesquisa Datafolha, que registra empate entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), acendeu a luz amarela na coordenação da campanha do tucano.

Com o resultado, cresce a pressão para que o ex-governador Aécio Neves aceite ser o vice de Serra.


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Pré-candidatura do ex-governador pretende intensificar agenda e exposição em redutos eleitorais tradicionais

CATIA SEABRA


SÃO PAULO - Sob o impacto do último Datafolha, que registra um empate com a petista Dilma Rousseff para a Presidência, a coordenação de campanha de José Serra (PSDB-SP) se reúne hoje para redesenhar sua estratégia e agenda, que agora será intensificada.Além disso, o partido pretende fazer uma nova investida sobre Aécio Neves, que volta amanhã após 25 dias fora do país, para que o mineiro aceite ser vice na chapa.O comando da campanha avalia que, com Aécio como vice, Serra somaria mais 2 milhões de votos, ao menos.

Aécio encontrará um cenário em que aliados, antes relutantes, recomendem que reconsidere. Na semana passada, o secretário-geral do PSDB-MG, Lafayette de Andrada, expressou esse desejo -foi a primeira vez que um dirigente tucano em MG admitiu a chapa puro-sangue.

"Vou conversar com ele, sem ansiedade para que seja vice, mas para que trabalhe de corpo e alma na campanha", disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Além de Tasso, o ex-ministro Pimenta da Veiga conversará com Aécio nesta semana sobre seu futuro político.

Fora a pesquisa, pesa sobre Aécio um tropeço do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Cotado como alternativa ao mineiro, Dornelles apresentou, na semana passada, uma emenda que atenua a exigência de ficha limpa para que políticos concorram às eleições.

AGENDA

A campanha irá priorizar visitas a Estados onde Serra não tem boa performance, mas pretende também demarcar espaço em tradicionais redutos eleitorais e acelerar a montagem de palanques até agora em segundo plano, como os de Amazonas e Distrito Federal.

Os tucanos evitam falar em mudanças imediatas, mas admitem que o resultado da pesquisa, além de acender o sinal amarelo na campanha, revela que a eleição será muito acirrada.Para o Distrito Federal, a ideia é lançar um candidato que divulgue o número do partido, como Maria Abadia.

No Amazonas, Serra deverá ir ao Estado (mesmo sem palanque definido) e construir um discurso favorável à Zona Franca de Manaus.

Segundo tucanos ligados a Serra, não se deve exigir esforço apenas do candidato (que tem dormido cinco horas por dia), mas da sigla.

O núcleo da campanha crê que Serra voltará à dianteira após o programa eleitoral do PSDB, em 17 de junho.

Colaboraram ANDREZA MATAIS e GABRIELA GUERREIRO , de Brasília

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