segunda-feira, 31 de maio de 2010

Jarbas adota o estilo de Serra e poupa Lula

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Pré-candidato do PMDB a governador assume a mesma postura paz e amor do presidenciável tucano com relação ao petista. Mas afia o discurso quando se trata de atacar Eduardo Campos

Gilvan Oliveira

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), principal pré-candidato da oposição a governador, decidiu seguir à risca a receita do presidenciável José Serra (PSDB): adotou a postura paz e amor em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No último sábado, durante feijoada oferecida em sua homenagem pelo deputado federal José Mendonça (DEM), em Belo Jardim (Agreste), Jarbas evitou ataques ao presidente, e até o elogiou. O peemedebista negou fazer oposição pessoal a Lula e disse que as críticas em sua atuação parlamentar são dirigidas às falhas do governo.

Não sou contra ninguém. Sou oposição. O que o governo faz de errado, faz pela metade, de trapalhada. Tomo minha posição de oposição. Os aloprados do PT, por exemplo, nós denunciamos. Lula foi um bom presidente? Foi. Encontrou as coisas arrumadas e foi um bom presidente. Ajudou Pernambuco? Ajudou. Mas ele não é candidato, comentou. Jarbas, porém, desferiu críticas ao governo Eduardo Campos (PSB), adiantando que a atitude paz e amor será dispensada só a Lula.

O senador também seguiu a diretriz adotada por José Serra de confrontar o currículo do tucano com o da candidata do PT a presidente, a ex-ministra Dilma Rousseff. Por diversas vezes, ele mencionou que Lula não disputa a eleição, e enfatizou que o País deve eleger um presidente preparado, referindo-se à trajetória de Serra que já exerceu os cargos de governador de São Paulo, prefeito da capital paulista, ministro, senador e deputado em comparação à de Dilma, que foi apenas ministra. Lula está terminando seu mandato. Temos que eleger um presidente preparado, advertiu.

Mas em relação ao governo estadual, o peemedebista foi bem crítico, adiantando em parte a linha de discurso afiado que imprimirá quando a campanha começar. Jarbas qualificou a gestão Eduardo como uma peça de publicidade, que não realizou tanto quanto divulga. Apontou o que seriam falhas em áreas onde o governo assegura que vem obtendo êxitos: segurança, educação e saúde - neste último ponto, ele criticou a construção de três novos hospitais.

Se em um ano tivemos 3.800 mortos e no ano seguinte, 3.600, você não pode estar se vangloriando. As TVs mostram a violência diuturna nas ruas. Quando a publicidade não cola com a realidade, então é um desastre, avaliou. Jarbas também se referiu à insatisfação dos professores com o governo como ponto fraco na educação. E considerou a construção dos hospitais como desnecessária. Pernambuco tem a segunda maior rede nacional de hospitais (estaduais). Quem tem a rede que temos não pode estar criando novos hospitais, gerando novas despesas, se não faz modernização, atualização e adequação dos que já existem, afirmou.

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