sexta-feira, 7 de maio de 2010

PMDB gaúcho deverá fechar com o tucano

DEU EM O GLOBO

Fogaça diz que seguirá o que partido decidir no Sul; já comando nacional dos peemedebistas apoia Dilma

Isabel Marchezan

PORTO ALEGRE. O pré-candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Fogaça, admitiu a possibilidade de apoiar a candidatura de José Serra à Presidência da República, apesar da aliança do PMDB nacional com Dilma Rousseff, do PT.

Defensor da tese de que o partido deveria ter um candidato próprio ao Planalto, Fogaça afirmou ontem, em entrevista à Rádio Gaúcha, que vai seguir a decisão que o PMDB do Rio Grande do Sul tomar em relação à campanha presidencial.

— Evidentemente, o partido vai se reunir no Rio Grande do Sul para tomar a sua posição.

Eu sou do PMDB do Rio Grande do Sul e vou seguir o PMDB do Rio Grande do Sul — disse Fogaça na entrevista.

Líderes peemedebistas gaúchos afirmaram que, sem candidato próprio, a seção gaúcha do partido deve se aliar a Serra, mesmo que Michel Temer seja o vice na chapa de Dilma.

— É quase utopia ter candidatura própria. Se a gente botar em votação hoje, Serra ganha por larga diferença — afirmou o deputado estadual Alexandre Postal (PMDB-RS).

Deputados peemedebistas e Fogaça tiveram encontros com o pré-candidato tucano à Presidência em Porto Alegre anteontem.

Na opinião do deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), a maior parte do diretório gaúcho tende a apoiar o tucano.

— Pelo que conheço da bancada, 90% estão com Serra — afirmou Terra.

PP e PSDB podem retomar negociações no estado

Perguntado sobre a possibilidade de o tucano fazer campanha ao lado de José Fogaça no Rio Grande do Sul, Terra afirmou que só o tempo é que poderá responder.

— Onde tem disputa com o PT do outro lado, é difícil ficar isento. Eles estão nos batendo politicamente. Como vamos votar com eles? — disse Osmar Terra, sobre o PMDB gaúcho.

O PP também participou do encontro de quarta-feira à noite com Serra. No começo da semana, o partido declarou encerradas as negociações para compor chapa com o PSDB ao governo estadual. Os progressistas exigem aliança na eleição para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados, além do cargo de vice na chapa de Yeda Crusius.

As negociações, no entanto, podem não estar encerradas.

Segundo Pedro Bertolucci, presidente do PP estadual, o partido optou por não participar da agenda do Serra no estado para não criar constrangimentos, mas pode retomar as conversas em Brasília na próxima semana.

Ele diz que a possibilidade de Francisco Dornelles (PP-RJ) ser vice de Serra não garante nada.

— O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, coordenador da campanha ao Planalto) ligou pedindo uma conversa. Queremos entrar pela porta da frente. Conversaremos oportunamente em Brasília. Mas, se houver acordo nacional, não necessariamente seremos aliados no estado — ponderou Bertolucci.

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