quinta-feira, 6 de maio de 2010

Serra quer criar força paralela à PF

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Flávia Salme

RIO - Depois de anunciar a intenção de criar um Ministério da Segurança Pública Nacional, caso seja eleito à Presidência, o pré-candidato do PSDB, José Serra, também pretende criar uma uma força paralela à Polícia Federal para controlar as fronteiras do país. Em entrevista à rede RBS, transmitida pela internet por meio da Rádio Gaúcha, Serra explicou o plano.

– O governo federal tem que encontrar um instrumento de controle da fronteira. A Polícia Federal é boa, mas é pequena. Não pode crescer 20%, 30%, ao ano, porque você não consegue manter o padrão de organização. Vamos ter que criar uma outra força especial para isso. Mas com o pé no chão, um outro tipo de força, no estilo os carabineros do Chile – detalhou.

Durante a entrevista, José Serra manteve o bom humor e tentou deixar os jornalistas à vontade:

– Pode me chamar de Zé, (...) por mais exótico que seja, já fui Zezinho.

Na sabatina, ele também listou ações políticas e divulgou outras propostas de campanha. Ao explicar sobre como combateria a corrupção no Brasil, afirmou que a questão não é de leis, mas de comportamento. E disse que, se eleito, acabará com as nomeações políticas como forma de reprimir o problema.

– Hoje, (no governo) o procedimento de indicações se generalizou, inclusive nas agências reguladoras, que ficam loteadas por partidos. Por exemplo, a Anvisa, que eu criei, hoje é dividida entre partidos. O sujeito que vai para lá tem estabilidade, não pode ser removido. Isso ajuda a corrupção. É um problema de lei? Não. É um problema de comportamento – disse.

Em seguida, ele afirmou que as nomeações políticas deixaram o estado “obeso”:

– Tenho certeza que tem um índice de gordura bovina europeia – finalizou.

Reajuste aos aposentados

Indagado se sancionaria o reajuste de 7,7% para os aposentados, e o fim do fator previdenciário – aprovados quarta-feira na Câmara dos Deputados – caso fosse presidente, Serra se limitou a responder que que apoiará qualquer decisão que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a adotar.

– Eu acho que o aposentado no Brasil ficou para trás. Acho que tem que ter reposição, sim, ao longo do tempo, para garantir mais dignidade. Sobre esse episódio, o governo tem um ministro da Fazenda que é sério. O presidente Lula acompanha as coisas, e eles vão decidir. O que eles decidirem, eu vou apoiar.

Em meio à entrevista, Serra também falou sobre futebol, “uma paixão”. Defendeu que Neymar, Ganso e Robinho joguem juntos na Seleção. Instado a dar opinião sobre o técnico da equipe, fez graça:

– Não me façam brigar com o Dunga. Eu gosto do Dunga.

Ao fim da entrevista, Serra pediu para contar uma piada.

– A mãe judia é muito protetora, controla tudo, é ciumenta. Essa mãe deu duas gravatas para o filho: uma vermelha, e outra, amarela. O rapaz colocou a vermelha. Ela olhou e disse: Você não gostou da amarela?

Em seguida, Serra quis saber da plateia:

– É boa ou não é?

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