segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um balaio inusitado de partidos

DEU EM O GLOBO

José Meirelles Passos

A preocupação e o esforço em mostrar ontem que, apesar das diferenças, há sintonia entre os quatro partidos que se uniram para eleger Fernando Gabeira governador do Rio de Janeiro, deixou transparecer que tal união fomenta, contraditoriamente, um racha: eles se dividem em relação à presidência da República.

Uns apoiam Marina Silva; outros, José Serra.

— O problema dessa coligação é essa situação inusitada de ela ter dois candidatos a presidente.

Isso faz parte da política, faz parte dos encontros e desencontros — justificou Cesar Maia (DEM).

Sem estrutura para bancar candidato próprio com chances reais de conquistar o governo do estado, restou ao PV, ao DEM, ao PPS e ao PSDB deixar de lado velhos atritos e discordâncias para formar uma inusitada coligação em torno de um só nome.

No lançamento da pré-candidatura de Gabeira (PV), cada um justificou a estratégia à sua maneira.

Stepan Nercessian (PPS) ressaltou a “aliança histórica”; José Luiz Pena (PV), o poder compartilhado; Solange Amaral (DEM), o respeito às diferenças; Marcelo Cerqueira(PPS), as alianças e Luis Paulo Correia da Rocha (PSDB), que, se todo mundo estivesse afinado (num grupo), o nome certo seria “unido” e não “partido”.

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