segunda-feira, 7 de junho de 2010

Em Minas, acordo com PMDB emperra

DEU EM O GLOBO

Grupo de Pimentel insiste que ele dispute governo do estado

BRASÍLIA e BELO HORIZONTE. Após um dia de tensas negociações, com socos na mesa e troca de acusações, líderes do PT e do PMDB de Minas não chegaram a um acordo sobre o palanque para as eleições no estado. À revelia da cúpula nacional do partido e do presidente Lula, que tentam viabilizar a candidatura do peemedebista Hélio Costa para o governo, os petistas propuseram lançar o ex-prefeito Fernando Pimentel como cabeça de chapa, tendo o presidente do PR mineiro, Clésio Andrade, como vice e Costa como candidato a senador.

Os mineiros planejam boicotar o encontro entre os líderes nacionais de PT e PMDB hoje, em Brasília, para selar um acordo. No mesmo horário, em BH, prometem oficializar a candidatura do ex-prefeito.

A decisão do PT mineiro foi tomada pela manhã, em reunião de apoiadores de Fernando Pimentel com representantes de PR, PRB e PCdoB na casa de Clésio Andrade, em BH. Os peemedebistas faltaram. À tarde, a proposta foi levada por quatro emissários do ex-prefeito a oito integrantes da executiva estadual do PMDB.

Foram três horas de conversa num hotel, que terminou sem qualquer avanço. Aliados de Costa chegaram a socar a mesa, segundo o relato dos presentes. Uma hora antes, o exprefeito reafirmara sua posição em negociação reservada com um apoiador do ex-ministro das Comunicações.

No hotel, os petistas argumentaram que as pesquisas encomendadas pelos dois partidos indicam empate técnico entre Pimentel e Costa.

Contudo, o ex-prefeito tem menor rejeição e é conhecido por fatia menor do eleitorado, o que lhe daria mais chances de crescer e derrotar o governador Antônio Anastasia (PSDB).

— Não adianta apostar num nome que está caindo nas pesquisas e está fadado a perder as eleições — disse um aliado do ex-prefeito antes de entrar no encontro.

Os peemedebistas acusaram o grupo de Pimentel de tentar aplicar um golpe no PMDB.

Ameaçaram não votar pela aliança com Dilma Rousseff na convenção do partido, no próximo sábado, ou mesmo adiá-la. E avisaram que, caso o PT insista em ter a cabeça de chapa, podem aderir à campanha de Anastasia.

— O Pimentel fez uma confusão desgraçada.

Ele se enrolou todo no PT nacional. Agora, vem com essa proposta indecente de ser o candidato, com o Clésio de vice. A insatisfação no PMDB mineiro é tão grande que é bem capaz de a gente votar para não fazer a aliança formal para apoiar Dilma — avisou o ex-senador Wellington Salgado, braço direito de Costa, que acompanhava a reunião à distância.

O PT nacional adiantou que, a despeito de eventuais traumas, vai enquadrar o grupo de Pimentel.

— Este é o momento de Pimentel provar que tem responsabilidade com a campanha da Dilma.

Nós, da direção nacional, decidimos apoiar o PMDB na cabeça de chapa. Se insistirem, só vão aumentar o desgaste dos integrantes da Executiva do PT — avisou André Vargas.

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