segunda-feira, 14 de junho de 2010

Greve de fome ganha reforço

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

O deputado Domingos Dutra ganhou apoio no protesto contra imposição da cúpula do PT de apoiar Roseana Sarney. Manoel da Conceição, fundador do PT, aderiu à greve de fome

De militantes a lobistas

Ana Paula Scinocca

Brasília - A convenção que lançou Dilma Rousseff como candidata à Presidência foi marcada por homenagem às mulheres. Num telão, imagens de personalidades importantes da história brasileira eram exibidas, enquanto a apresentadora do evento, a atriz Tássia Camargo, narrava fatos de suas vidas. Quando a Princesa Isabel apareceu na tela, vaias dos militantes. Já Maria da Penha, que dá nome à lei que prevê aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher no âmbito doméstico e familiar, foi muito aplaudida.

O encontro organizado pelo PT para oficializar a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência reuniu 1.800 pessoas em Brasília, entre as quais mulheres como a feminista Rose Marie Muraro e a própria Maria da Penha. Usando um casaqueto vermelho, Dilma subiu ao palco da festa sob aplausos entusiasmados da plateia. Mas o papel de estrela do evento foi mesmo de Lula.

Sem a mãe, que ficou em casa, em Brasília, e a filha, que, grávida, não veio de Porto Alegre, Dilma discursou por 50 minutos, mas não empolgou. Lula falou antes, por 30 minutos, e, como previa o script, não economizou elogios à ex-ministra.

Assim como Dilma, Lula e a primeira-dama Marisa foram ao evento de blusa vermelha. No encerramento, em tom festivo, um mar de bandeiras lilás tomou conta da convenção.

Das autoridades presentes e com lugar cativo no palco, o vice-presidente José Alencar foi o mais festejado. Aos que não tinham lugar no palco, o PT reservou uma espécie de cercadinho VIP. Dentro do salão do Unique Palace, além de políticos e militantes, chamava atenção um grupo de lobistas que costuma circular pelo Congresso. Quem também tentou fazer barulho foram petistas do Maranhão.

Dois dias depois de o PT nacional ter anulado o encontro estadual do partido - a ideia do PT maranhense era apoiar Flavio Dino (PCdoB) - e obrigar a legenda a apoiar Roseana Sarney (PMDB), dirigentes distribuíam um manifesto. No texto, criticam Sarney - aplaudido no palco -e explicam as razões de sua greve de fome, que preocupa o PT.

Presente, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, foi citada por Dilma. Mas a candidata a chamou de Roseane. No final, os próprios petistas resumiram a festa: "Já tivemos convenções melhores".

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