quarta-feira, 23 de junho de 2010

Serra propõe Defesa Civil nacional

DEU NO VALOR ECONÔMICO

Fernando Taquari

São Paulo - A exemplo da candidata Dilma Rousseff (PT), o presidenciável tucano, José Serra, anunciou ontem que também cancelou a viagem que faria hoje ao Nordeste. Ambos argumentaram que não há motivos para participar de festas juninas num momento em que a região passa por uma tragédia. As fortes chuvas já provocaram a morte de 41 pessoas nos Estados de Alagoas e Pernambuco.

"Não há clima para festas", alegou Serra depois de visitar um hospital para dependentes químicos em São Bernardo do Campo. No evento, o tucano fez questão de prestar solidariedade às populações afetadas pelas enchentes e propôs a criação de uma força nacional de segurança permanente para ajudar Estados e Municípios a enfrentar tragédias naturais.

"O que está acontecendo sublinha a importância de termos uma força nacional de segurança, inclusive, treinada para intervenção em calamidades", explicou o ex-governador. Segundo ele, sendo permanente, a força poderá ser deslocada imediatamente após a catástrofe. "O fato é que nenhum Estado, quando tem uma calamidade, aguenta enfrentar sozinho", acrescentou.

O presidenciável atribuiu as tragédias às mudanças climáticas e lembrou que outros Estados, como São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Bahia, já foram afetados recentemente pelas chuvas. Os técnicos da força nacional, complementou Serra, também teriam a responsabilidade de diagnosticar as áreas de risco, sobretudo nos programas de moradias populares.

Durante visita ao hospital, Serra não perdeu a oportunidade de criticar o governo federal ao acusá-lo de não ter um plano nacional de combate às drogas. "Houve um anúncio. Não pode se dizer que é um plano. As coisas que forem aproveitáveis, podem ser utilizadas. Mas não tem plano", insistiu. Antes, porém, o tucano já havia cobrado uma "ação abrangente, profunda e não de ocasião" na repressão às drogas.

Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack. O ex-governador observou que o programa tem um viés eleitoreiro para beneficiar Dilma na campanha, já que foi elaborado no último ano do governo Lula. "Não dá para fazer tratamento em hospital geral. Tem que ter clínica específica", defendeu.

Segundo ele, o consumo de drogas está em alta no país. "Está na esfera federal a obrigação de diminuir a entrada de drogas no país. O Brasil não produz. O preço da cocaína, por exemplo, no começo dos anos 80 até hoje baixou 50%. Se baixou tanto, é óbvio que a cocaína está se difundindo pela questão do preço", explicou.

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