sexta-feira, 30 de julho de 2010

Apoiar Irã é ser "troglodita", diz Serra

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Candidato tucano responde a Marco Aurélio Garcia e diz que ser "de direita" é defender governo Ahmadinejad

Núcleo liderado pela mulher de Serra acusa Dilma de "omissão" no caso de iraniana condenada à morte

Catia Seabra

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, chamou ontem de "trogloditas de direita" aqueles que apoiam o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.Ao responder a Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência que o acusou de correr para a direita raivosa, Serra disse que os ataques partem "de gente que não é mais de esquerda". E reagiu:

"Acho troglodita de direita quem apoia o Ahmadinejad, que está matando mulheres a pedrada [...], uma ditadura que prende jornalistas, enforca opositores."

Em sabatina do portal R7, Serra cobrou da adversária petista, Dilma Rousseff, a apresentação de propostas. "A Dilma apenas defende a continuidade, o que não é pouco. Mas ideia nova, propriamente dita, não tem."

Instado a destacar uma qualidade da adversária, limitou-se a dizer que "é uma mulher de luta", com quem mantém uma relação cordial.

Serra chamou de fisiológicos os líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Se quisesse a reforma agrária, o MST apoiaria o Plínio de Arruda Sampaio."

Declarando-se de esquerda, classificou como bobagem a disputa por esse título. Mas, visivelmente incomodado, voltou ao assunto.

Serra -que, na sabatina Folha/UOL, contou ter ajudado asilar Marco Aurélio no Chile- disse ontem que o petista "é de direita". Questionado sobre a aliança com o DEM, lembrou o apoio do ex-presidente Fernando Collor a Dilma: "Você acha que Collor é de esquerda?"

REFORÇO

Sob a liderança de Monica Serra, mulher do tucano, o núcleo de mulheres da coligação que apoia o candidato divulgou ontem nota em que acusa Dilma de omissão no caso da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento.

"Mesmo não sendo nossa candidata, esperávamos dela uma manifestação. Isso se espera de qualquer mulher. Mas ela está sendo absolutamente omissa. Só fala o que dizem a ela", disse Monica.

Segundo ela, a nota foi submetida a cerca de 200 mulheres reunidas ontem em São Paulo.

"Chama a atenção a injustificável omissão da candidata Dilma, que se cala diante de fato tão grave, que humilha e deprecia a imagem da mulher", diz a nota.

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