sábado, 3 de julho de 2010

Carta social: o primeiro ato de campanha tucana

DEU EM O GLOBO

Serra adia para terça lançamento de programa de governo para incluir assinatura de compromisso

Silvia Amorim e Carolina Avansini

SÃO PAULO E LONDRINA (PR). O lançamento da prévia do plano de governo do presidenciável José Serra (PSDB) acontecerá na próxima terça-feira, em Curitiba, no mesmo ato em que o tucano assinará uma espécie de versão social da "Carta ao Povo Brasileiro", divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 - em que o petista se comprometeu com metas econômicas e a honrar contratos, num momento de crise nos mercados. Como antecipou O GLOBO, a carta reafirmará a paternidade do PSDB e conquistas tucanas na área social durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e o compromisso com a continuidade e o aprofundamento dos avanços da atual gestão.

Inicialmente, o evento para a área social estava marcado para segunda-feira e não contemplava o anúncio sobre o programa de governo. Ontem, Serra pediu ao coordenador do programa de governo, Xico Graziano, que o ato fosse transferido para o dia seguinte para ser o evento de abertura da sua campanha. Segundo o calendário eleitoral, a campanha começa oficialmente na terça-feira. A decisão de lançar o esboço das suas propostas no mesmo evento também foi do candidato.

Esboço do programa de governo vai para o TSE

Antes do lançamento, a campanha de Serra enviará na segunda-feira à Justiça Eleitoral o documento com as diretrizes do programa de governo tucano. Segundo a equipe tucana, trata-se de um esboço do programa de governo, cuja versão final deve ser divulgada em agosto. Chamado de Diretrizes do Programa de Governo, o texto tem conteúdo mais conceitual e aborda princípios e fundamentos políticos e não um detalhamento das propostas.

A entrega do plano de governo à Justiça Eleitoral é uma novidade desta eleição. Conforme a lei 12.034, aprovada em 2009, os postulantes a cargos majoritários são obrigados a entregar um programa de governo no ato do pedido de registro de candidatura. O prazo para o requerimento termina segunda-feira.

Ontem, em Londrina, Serra justificou a escolha do Paraná para o lançamento do plano de governo pela relação afetiva com o estado.

- Vou me sentir em casa - disse, reforçando que tem "parceiros incríveis" no estado, referindo-se a Richa, ao candidato à vice-governador Flávio Arns e aos candidatos ao Senado Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP).

Ele afirmou que os curitibanos costumam resumir o comportamento da média nacional da população.

- Quando as empresas vão lançar algum produto no Brasil, lançam primeiro em Curitiba - explicou Serra.

O candidato tucano não entrou em detalhes sobre o conteúdo do plano de governo e o tom de sua campanha, mas ressaltou que não pretende ter ""duas caras"".

- Vou expor o que penso e participar dos debates. Quem não se expõe, não quer ser julgado - disse.

Diante da insistência dos jornalistas sobre o tema, ele justificou que não estaria em condições de comentar o plano de governo por causa da derrota da seleção brasileira.

- Estou triste, frustrado e chateado.

O tucano evitou polemizar sobre a conjuntura instalada no Estado após a escolha do deputado carioca Índio da Costa (DEM) em detrimento do paranaense Álvaro Dias à posição de candidato a vice-presidente.

-- O Álvaro Dias teve um comportamento digno. Infelizmente havia determinado entendimento que se frustrou, mas não foi por culpa do Álvaro, nem minha, nem do DEM, nem de ninguém, foi outro tipo de problema. Álvaro se comportou muito dignamente e vai estar, sem dúvida, me ajudando na campanha - disse Serra.

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