sábado, 17 de julho de 2010

Comício de Dilma, aplausos para Lula

DEU EM O GLOBO

O presidente Lula foi mais aplaudido que Dilma e Cabral, no primeiro comício no Rio da campanha presidencial da petista e pela reeleição do governador. Mesmo assim, Lula discursou para menos de mil pessoas, no começo da noite, depois de Dilma ter percorrido a Rio Branco num carro aberto ao lado do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), candidato ao Senado. O presidente atacou, sem citar, a procuradora eleitoral Sandra Cureau, que estuda ação contra ele por abuso de poder político. Na passeata, havia militantes pagos e carros oficiais.

Comício faz água

Palanque para Dilma e Cabral no Rio, com Lula presente, acaba esvaziado

Fábio Vasconcellos e Natanael Damasceno

Num comício esvaziado no Centro do Rio, ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e do governador Sérgio Cabral (PMDB), que tenta a reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou ontem para menos de mil pessoas - a PM calculou os presentes em mil, mas havia cerca de 500 - e foi mais aplaudido que os candidatos. Foi o primeiro comício das campanhas de Dilma e Cabral, mas, apesar da presença de militantes pagos e carros oficiais, a chuva atrapalhou e a maior parte do público foi embora antes dos discursos no palanque, na Cinelândia.

No palanque, Lula atacou a vice-procuradora geral eleitoral, Sandra Cureau, sem citá-la. Anteontem, ela anunciara que estuda uma ação de investigação sobre o presidente, que enalteceu a candidata Dilma em duas cerimônias de governo esta semana, uma delas no lançamento do edital do trem-bala.

"Uma procuradora qualquer aí..."

O presidente disse que há uma tentativa de impedir que ele participe das eleições e ajude a eleger a candidata do PT à Presidência. Lula chegou à Cinelândia acompanhado de Sérgio Cabral, por volta das 19h e sob forte chuva. Ele foi o penúltimo a discursar para cerca de mil pessoas. Antes do evento da Cinelândia, segundo a PM, cerca de 15 mil pessoas participaram do começo da caminhada pela Rio Branco, número que logo foi reduzido para menos da metade e, no discurso de Lula, não chegava a mil.

No comício, o presidente desafiou a Justiça Eleitoral:

- Há uma premeditação de me tirarem da campanha política para não permitir que eu ajude a companheira Dilma a ser a presidenta da República. Na verdade, o que eles querem é me inibir para fingir que eu não conheço a Dilma. É como se eu pudesse passar perto dela... tem uma procuradora qualquer aí... e eu passar de costas viradas e fingir que não a conheço. Mas eu não sou homem de duas caras. Eu passo perto dela e digo para vocês que é a minha companheira Dilma - discursou.

O presidente comparou o seu governo com o do PSDB, citando o montante de empréstimos feitos pela Caixa Econômica e o número de empregos formais criados nos últimos anos. Numa referência indireta ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, Lula afirmou ainda que o adversário de Dilma "não tem o que debater". Metade do discurso do presidente foi dedicado a críticas aos tucanos e elogios ao seu governo e à gestão do governador Cabral.

Dilma chegou à Avenida Rio Branco por volta das 17h45m, pela Rua da Assembleia, surpreendendo muitos militantes. Ela estava num carro aberto ao lado dos candidatos ao Senado em sua chapa, Lindberg Faria (PT) e Jorge Picciani (PMDB); do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra; do presidente regional do PT, Luiz Sergio; do vice-governador Luiz Fernando Pezão; e do prefeito Eduardo Paes. Na Cinelândia, Dilma foi a última a discursar. Ela pediu o apoio do público:

- Eu não posso errar. A primeira mulher presidente da República tem que honrar todas as mulheres (...) O nosso povo sabe que vamos governar para eles. Porque nos não somos aqueles que acreditam que vão governar sozinhos.

Ao lado do seu candidato a vice, Michel Temer, Dilma aproveitou o discurso para atacar o vice na chapa tucana:

- O meu vice não caiu do céu, não é um vice improvisado.

A caminhada foi organizada pela campanha de Cabral. O evento começou por volta de 17h, na Candelária. De lá, os militantes seguiram pela Rio Branco até a Cinelândia. Vans e ônibus foram utilizados para levar os militantes até o Centro. Havia muitos cabos eleitorais com bandeiras do PMDB sobrando, sem ter para quem distribuir.

Cabral citou em seu discurso programas de governo e os projetos realizados em parceria com o governo federal. Disse estar orgulhoso de os militantes terem ficado na Cinelândia apesar da chuva e atacou indiretamente os outros candidatos ao governo.

Colaborou: Henrique Gomes Batista

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