domingo, 4 de julho de 2010

Diminui potencial de transferência de votos de Lula

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Taxa, que caiu de 11% para 8%, inclui quem afirma votar no candidato do presidente, mas não declara voto em Dilma

Detalhamento do perfil desse grupo revela que são pessoas pobres, com baixa escolaridade e que moram no Nordeste


Uirá Machado

DE SÃO PAULO - O potencial de transferência de votos de Lula diminuiu. O presidente da República, que em dezembro tinha 14 pontos percentuais para passar à sua candidata, agora tem 8.

A taxa, calculada pelo Datafolha desde dezembro, é composta pelos eleitores que afirmam que votariam "com certeza" no candidato indicado por Lula, mas não declaram voto em Dilma Rousseff (PT) nem sabem que ela é apoiada pelo presidente.

Entre as duas últimas pesquisas Datafolha, o potencial caiu de 11% para 8%. A candidata petista, no entanto, apenas oscilou de 37% para 38% das intenções de voto.

É difícil afirmar se a falta de correspondência entre a votação de Dilma e a diminuição do potencial se deve a alguma "falha" na transferência ou se a petista recebeu os votos do presidente, mas perdeu outros eleitores e manteve saldo estável.

O cientista político Amaury de Souza afirma ser "ilusório achar que pessoas desinformadas vão de repente ter a informação "correta" e passar a votar em Dilma".

Para ele, "a informação simplesmente não chega à fatia mais pobre e desinformada do eleitorado e, se chega, o faz de várias maneiras".

Segundo Souza, a possibilidade de que esses eleitores descubram que Dilma é a preferida de Lula é tão plausível quanto a de que identifiquem José Serra (PSDB) como candidato do presidente.

O detalhamento do perfil dos eleitores potenciais revela que são pessoas pobres, com baixa escolaridade e concentradas no Nordeste.

Embora apoiem o candidato de Lula, declaram voto em Serra. Representam hoje 17% das intenções de voto do tucano -cerca de sete pontos percentuais.

Na mais recente pesquisa Datafolha, Serra tinha 39% das intenções de voto.

MÍDIA

Hoje empatados tecnicamente, Serra e Dilma já tiveram entre si uma diferença de 14 pontos percentuais. Em levantamento realizado em dezembro de 2009, o tucano tinha 40% das intenções de voto, e a petista, 26%.

O crescimento de Dilma se deu em dois momentos. Entre dezembro e fevereiro, quando saltou de 26% para 31%, e entre abril e maio, quando foi de 30% para 37%.

Nos dois casos em que cresceu, Dilma teve forte exposição na mídia. Após isso, manteve-se no novo patamar. Primeiro foi o lançamento de sua candidatura. Depois, a propaganda na TV.

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