quinta-feira, 29 de julho de 2010

Fim de 'estradas da morte' no país

DEU NO ESTADO DE MINAS

José Serra prometeu acabar com as estradas da morte no país. Criticou o governo federal pela falta de investimentos em infraestrutura e mirou no Departamento Nacional de Infraestrutura de Trasnportes (Dnit), durante a entrevista na TV, em Belo Horizonte.

(O Dnit) só serve para atrapalhar", atacou. O candidato afirmou que, apesar da alta arrecadação com a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide), conhecida como imposto dos combustíveis, o país está "cheio de estradas da morte". Se eleito, afirmou que vai iniciar obras em rodovias como a BR-381 que liga Belo Horizonte a Governador Valadares (uma das mais perigosas do estado) de imediato e que registra dezenas de mortes todos os anos.

"Vamos consertar isso. Não estou fazendo promessa nem compromisso, estou anunciando", disse, ao ser questionado sobre a BR-381. De acordo com ele, o governo precisa escolher as estradas prioritárias e tocar imediatamente.

O candidato tucano atribuiu a falta de operacionalização do sistema à ausência de planejamento técnico do Dnit. "O problema é que o Dnit está totalmente loteado entre políticos. Então, a prioridade deixa de ser o interesse público e passa a ser o político. Isso comigo vai acabar", afirmou.

De acordo como presidenciável, nos últimos oito anos, o governo federal arrecadou R$ 65 bilhões com a Cide, mas só um terço dos recursos foi investido nas rodovias. Conforme o candidato, oito em cada 10 estradas brasileiras não têm condições de operar. O tucano defendeu as concessões para melhorar as condições dos trechos e disse que em São Paulo, durante o seu governo, o método foi aprovado por 75% dos usuários e foram pelo menos evitadas 11 mil mortes.

"Minas é a principal vítima disso porque é o estado onde mais tem estradas federais, pelo tamanho e pela localização, como também foi vítima do Dnit". Serra também cogita a estadualização de parte da malha federal. "Onde o estado comanda, você tem mais flexibilidade para atuar", argumentou.

Confins sem planejamento

O candidato tucano também atacou a falta de planejamento nas intervenções feitas no aeroporto de Confins. Disse que as obras deveriam começar pela construção de pistas e terminais, mas o investimento está direcionado na ampliação do estacionamento. "Você vai fazer uma casa e constrói primeiro o estacionamento? Isso é falta de planejamento, na verdade".

Para ele, as obras devem ser feitas não só por causa da Copa do Mundo, mas também para favorecer a economia mineira e as famílias. "Confins está estrangulado", afirmou.

O ex-governador paulista afirmou que o fato de a disputa presidencial estar sendo pautada pela troca de acusações não é culpa sua e disse esperar campanhas mais propostivas daqui para frente. "É uma campanha bem disputada e espero que ela possa se basear mais em ideias daqui para diante, em teses, em propostas para o Brasil", afirmou.

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