segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pesquisas mostram que petista perde no eleitorado feminino

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

José Roberto de Toledo

Chama a atenção, na mais recente pesquisa Ibope, a diferença entre as intenções de voto de homens e mulheres, principalmente em relação a Dilma Rousseff (PT). A presidenciável tem 10 pontos a menos no eleitorado feminino, se comparado ao masculino: 34, contra 44%. No Datafolha, a discrepância chega a 16 pontos porcentuais: 46% a 30%.

Com José Serra (PSDB) ocorre o oposto. O tucano bate Dilma entre as mulheres por 41% a 34%, no Ibope, e perde entre os homens por 36% a 44%. Na média, os dois candidatos empatam em 39%. Marina Silva (PV) está mais equilibrada: tem 10% no eleitorado masculino e 9% no feminino.

Há diferenças de perfil e de comportamento entre eleitores e eleitoras que ajudam a entender a preferência de alguns por Dilma e de outros por Serra. Elas aparecem nos cruzamentos da pesquisa Ibope.

Embora o grau de satisfação seja alto, as mulheres estão ligeiramente mais insatisfeitas com a vida do que os homens: 19% a 15%. Isso se reflete na opinião delas sobre o governo Lula. A aprovação, embora muito alta, é 6 pontos menor que entre os homens.

Em comparação ao eleitorado masculino, mais eleitoras demoram a escolher seu candidato. Há 41% de indecisas, na pergunta de intenção de voto espontânea, contra apenas 31% entre os homens, segundo o Ibope. Isso atrapalha Dilma. Ela empata com Serra no eleitorado feminino (17% a 18%) e abre vantagem no masculino (27% a 17%).

Na simulação de 2.º turno, Serra também vence entre as mulheres (46% a 39%) e Dilma vai melhor do que o tucano entre os homens: 48% a 39%.

Quais seriam as razões dessas diferenças de comportamento eleitoral entre os sexos? A resposta parece estar mais no desconhecimento de Dilma por parte do eleitorado feminino do que em uma maior rejeição das mulheres à sua candidatura. É 50% maior o grau de desconhecimento de Dilma entre as mulheres do que entre os homens (12% a 8%).

Para Serra essa diferença praticamente não existe. Na rejeição a Dilma, a diferença é estatisticamente desprezível: 24% (mulheres), contra 22% (homens). Para Serra esses porcentuais são de, respectivamente, 23% a 29%.

O desconhecimento maior de Dilma entre as mulheres é consistente com a proporção de eleitores que dizem ter visto alguma propaganda política nas últimas duas semanas. Entre os do sexo feminino, 34% dizem ter visto comerciais ou programas de Serra, ante só 25% que viram os de Dilma. Entre os homens há um empate técnico: 32% viram a propaganda de Serra e 29%, a de Dilma.

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