sexta-feira, 9 de julho de 2010

PT minimiza erros com programa de governo

DEU EM O GLOBO

Marina afirma que situações como essa são vexatórias e que houve desconforto no PMDB

Maria Lima e Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. Como a candidata petista Dilma Rousseff, coordenadores de sua campanha tentaram diminuir ontem a importância do imbróglio envolvendo a entrega do documento com as diretrizes do seu programa de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente do PT, José Eduardo Dutra, negou que Dilma tenha rubricado de propósito o programa. E negou também que seja plano de um eventual governo Dilma fazer o controle da mídia, como prevê o documento enviado ao TSE.

O programa intitulado "A grande transformação" diz que há um monopólio dos meios de comunicação no Brasil, e menciona a adoção de propostas das conferências nacionais, como a Conferência Nacional de Comunicação. A Confecom apresentou 641 propostas que incluem a criação de conselhos para punir veículos que desrespeitem minorias e movimentos sociais, por exemplo.

- A Dilma não rubricou a proposta encaminhada ao TSE de caso pensado. Eu também rubriquei. Chega um bando de documento para assinar e você vai rubricando - disse Dutra.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza(PT-SP), também minimizou a crise sobre o programa, mas reconhece que foi um erro entregar ao TSE uma versão mais radical do texto, que depois foi trocado.

Vaccarezza aproveitou também para criticar o candidato tucano, José Serra:

- Nós erramos, mas estamos melhores que eles no erro, pois eles têm falta de programa. Apresentaram um discurso do Serra como programa. Esse (Serra) sim é Luís XIV - disse Vaccarezza.

Em Belo Horizonte, a candidata à Presidência Marina Silva (PV) comentou o erro.

- Quando as alianças não são feitas com base no conteúdo programático, a gente às vezes passa por situações vexatórias, como essa - disse, no discurso.

Durante entrevista, em seguida, Marina voltou a tocar na questão.

- Falei vexatório na questão das opções programáticas. Parece que houve um desconforto do PMDB em relação ao que foi protocolado, e aí, quando você tem a possibilidade de apresentar o seu programa, discutir com a sociedade e protocolar o programa que você acha melhor, é menos vexatório - concluiu.

Colaborou: Desirée Miranda (Especial para O GLOBO)

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