sábado, 24 de julho de 2010

Serra critica abertura comercial 'sem critérios'

DEU EM O GLOBO

Presidenciável tucano é multado em R$ 5 mil pelo TSE por propaganda eleitoral antecipada

Flávio Freire Enviado especial

FLORIANÓPOLIS e BRASÍLIA. Em encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o presidenciável tucano, José Serra, em tom de ironia, disse que política comercial agressiva não significa ter um presidente viajando em aviões emprestados por empresários. Foi uma crítica velada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No evento, o tucano ainda atacou a alta carga tributária em vigor, a elevada taxa de juros e o baixo investimento governamental.

Ele criticou a forma como o governo negocia acordos comerciais: A abertura comercial foi feita sem muitos critérios.

Não há uma política agressiva de comércio exterior. Deixamos de lado uma política comercial agressiva. Ter uma política de comércio não é o presidente ficar viajando com aviões emprestados, mas uma política de reciprocidade.

Não somos pré-mercantilistas de achar que um tem que ganhar e outro tem que perder, mas tem de haver acordos bem feitos para que todos ganhem disse Num discurso em que procurou associar a candidatura da petista Dilma Rousseff a problemas no governo federal, o presidenciável tucano disse que o PT é responsável pela corrupção e ineficiênc i a d e n t ro d e e s t a t a i s e agências reguladoras. Segundo ele, o loteamento de cargos feito pelo governo federal nessas unidades tem provocado esse tipo de situação e prejudica o trabalho que deveria ser feito por essas unidades. Serra chegou a dizer que a Anvisa é hoje o maior centro de corrupção unitária do país.

Usar o governo para fins privados atingiu o ponto mais elevado da História com o PT, que sempre foi o arauto da moral e da ética.

Isso traz ineficiência descomunal de um lado e corrupção, do outro disse ele, diante de uma plateia de empresários convidados para ouvir as propostas do candidato para o setor.

Serra também voltou a atacar a corrupção nas agências estatais por conta do loteamento de cargos nessas entidades.

Diante dos empresários, Serra disse que o país vive hoje um apagão na área de infra-estrutura.

E o pior é que não sei como vamos sair desse apagão disse ele, que criticou a falta de incentivo do governo aos produtores nacionais.

Para tucanos, reforma tributária pelos estados O tucano usou como exemplo o fato de o transporte de soja entre Mato Grosso e os portos de Paranaguá ou de Santos ser mais caro que o envio do produto para a China, um dos principais concorrentes do país. Ele ainda disse que, de cada R$ 100 de investimento público, 30% são do governo federal e o restante, de responsabilidade dos governos estadual e municipal.

Serra também criticou a reforma tributária defendida por Dilma Rousseff. O tucano disse que o projeto não precisa de mudanças na Constituição, como defende o governo, e que a discussão desse tema tem que ser feita por estados, e não em sua totalidade. O candidato ainda disse que, da forma como o projeto está, abre espaço para diferentes interesses que prejudicam o andamento do processo, mantendo elevada a carga tributária do país.

O ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), multou Serra ontem, em R$ 5 mil, por propaganda eleitoral antecipada. É a segunda multa aplicada ao tucano, contra sete aplicadas à sua principal adversária, Dilma Rousseff.

Cabe recurso.

Serra foi multado por uso irregular de inserções do programa partidário do PSDB exibido na Bahia nos dias 21 e 28 de maio. O diretório estadual do partido no estado foi multado em R$ 7,5 mil.

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