quarta-feira, 14 de julho de 2010

Serra: 'Presidência não se terceiriza'

DEU EM O GLOBO

Tucano critica proposta de Lula de criar nova estatal; após dizer que não assina nada sem ler, ele adia plano de governo

Francisco Junior*

SÃO LUÍS e SÃO PAULO. O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, procurou minimizar ontem o apoio que sua adversária do PT, Dilma Rousseff, recebe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem seus maiores índices de aprovação na Região Nordeste. Em visita a São Luís, no Maranhão, Serra afirmou que não é possível terceirizar o exercício da Presidência:

- O Lula termina o mandato em 31 de dezembro. Presidente não se terceiriza. Presidente tem que comandar as coisas. A campanha não está voltada para o Lula e sim para o Brasil - afirmou Serra, ao ser perguntado sobre as pesquisas de intenção de voto na Região Nordeste, onde Dilma lidera.

Serra foi a São Luís para o primeiro ato de campanha do candidado do PDT ao governo do Maranhão, Jackson Lago, apoiado por uma coligação integrada pelo PSDB. Lago foi cassado em 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral por crime eleitoral durante a campanha de 2006 e teve que deixar o cargo de governador. Sua adversária, Roseana Sarney (PMDB), aliada da petista Dilma Rousseff, assumiu o governo.

Desembarque tumultuado em São Luís

O tucano ainda criticou a proposta do governo Lula de criar uma empresa estatal para a área de seguros, o que, segundo ele, pode estimular a corrupção.

- Empresa de seguros é uma área potencialmente de muita corrupção. É muito difícil em uma empresa de seguro estatal, segurar a corrupção - afirmou Serra.

O desembarque de Serra foi tumultuado: manifestantes do Sindicato dos Professores de São Luís protestavam contra o prefeito da cidade, o tucano João Castelo. Serra recebeu o título de cidadão da capital maranhense e prometeu, se eleito, dar atenção especial à cidade:

- Já tinha obrigação como brasileiro e agora tenho como cidadão de trabalhar para São Luís e para o Maranhão.

Após cutucar Dilma Rousseff, ao dizer que não assina nada sem ler, Serra determinou à coordenação de sua campanha a suspensão da divulgação das diretrizes do seu programa de governo na internet, prevista para ontem, até que ele faça uma nova leitura do documento. A equipe tucana esperava ontem sinal verde para publicar os primeiros trechos do programa na internet sobre agronegócio, gestão pública e portadores de deficiência.

* Especial para O GLOBO COLABOROU Silvia Amorim

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