segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sobe-e-desce eleitoral

DEU EM O GLOBO

Serra avança em três regiões, Dilma perde pontos com as mulheres e Marina cai no Sudeste

Flávio Freire e Marcelle Ribeiro

Diferentemente dos resultados da última pesquisa Ibope, divulgada há pouco mais de uma semana, os números revelados pelo instituto sábado à noite mostram não só um empate numérico entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), como o avanço do tucano sobre a petista em regiões como Norte, Centro-Oeste e Sudeste e também entre eleitores de menor e maior escolaridade.

A análise da pesquisa mostra que, embora na margem de erro, houve um sobe-e-desce da preferência dos eleitores de acordo com a região onde vivem. No Sudeste, por exemplo, segundo o novo levantamento, Serra subiu cinco pontos e chegou a 41%, contra 34% de Dilma. O levantamento divulgado em 23 de junho apontou empate técnico entre eles, com 37% para Dilma e 36% para Serra. Já o Datafolha divulgado em 1º de julho mostrava Serra com 43% e Dilma com 33%.

Segundo o último Ibope, Serra cresceu no Norte e no Centro-Oeste, e manteve-se com o mesmo patamar, 30%, no Nordeste.

No levantamento encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Serra e Dilma estão empatados hoje com 39% das intenções de votos - resultado parecido com o do Datafolha de 1º de julho, que indicou 39% para Serra e 38% para Dilma. No Ibope anterior, de 23 de junho, o tucano tinha 35% e Dilma, 40%. Já a candidata do PV, Marina Silva, passou de 9% para 10% das intenções de voto pelos últimos números do Ibope.

Rejeição de Dilma e Serra cresce

Segundo o último Ibope, Dilma caiu justamente no Norte, Centro-Oeste e Sudeste. No Nordeste, passou de 47% para 50%. Na maioria dos cenários, a candidata do PV oscilou dentro da margem de erro. Marina tem 10% das intenções de voto no Norte/Centro-Oeste, 11% no Nordeste, 7% no Sudeste e 12% no Sul. Para os tucanos, o fato de Serra patinar nos estados nordestinos tem explicação nas alianças da adversária petista com os governos locais.

- Os governos nordestinos, exceto Alagoas, são vinculados à campanha de Dilma. Até de 30 de junho houve uma orgia publicitária - diz o deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA).

A diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari, tem explicação técnica para a oscilação:

- Houve um volume grande de inserções do Serra na TV. As inserções são mais eficientes que os programas partidários porque são curtas, o que faz com que os eleitores as assistam.

Em relação ao fato de a última pesquisa do Ibope não mais apontar distância de cinco pontos percentuais entre Serra e Dilma, mas empate numérico, como mostrou também o mais recente levantamento do Datafolha, Márcia diz que os dois institutos mediram a mesma percepção do eleitor em períodos muito semelhantes:

- Houve superposição de campos pesquisados. Na pesquisa passada, quando Dilma estava cinco pontos acima do Serra, houve superposição com dados do Vox Populi - diz, lembrando que o placar foi semelhante: Dilma com 40% e Serra, 35%.

Se no levantamento anterior Dilma estava sete pontos percentuais à frente de Serra entre eleitores que concluíram apenas a 4º série (o placar era de 41% a 34%), agora aparece empatada com o tucano em 39%. O candidato do PSDB avançou entre eleitores com ensino superior - onde perdia para Dilma de 39% a 36%, segundo o Ibope do dia 23. Agora, tem 41% contra 37%.

Segundo o Ibope, a rejeição aumentou para Dilma e para Serra. Em 23 de junho, 23% responderam que não votariam na petista em hipótese alguma. Agora são 28%, segundo o Ibope. Já 30% disseram que não votariam no tucano, dois pontos percentuais a mais do que o número de pessoas que declararam que nunca votariam nele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário