domingo, 15 de agosto de 2010

Campanha na fase decisiva

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

João Bosco Rabello

As campanhas de José Serra e Dilma Rousseff mantêm o diagnóstico de que os últimos resultados ainda podem ser alterados pelos programas de televisão que começam depois de amanhã.

Como os números, pela primeira vez, alinham os principais institutos de opinião, o quadro justifica a preocupação do PSDB , assim como a euforia que o PT se esforça para reduzir a um otimismo justificado.

"A ordem é andar de mocassim", diz um dirigente petista, numa advertência contra o "salto alto". "Agora é que começa a fase do chamado contágio eleitoral", concorda o senador Jarbas Vasconcelos, candidato em Pernambuco, surpreso não com a dianteira de seu adversário, Eduardo Campos, mas com a distância grande entre ambos.

O cálculo do PSDB sempre foi o de compensar a derrota certa no Nordeste com índices fortes na Regiões Sul e Sudeste, o que não ocorre. Nesse contexto, Minas simboliza a aflição dos tucanos, que projetaram um porcentual de até 40% para Serra no Estado.

O Datafolha remeteu os tucanos à eleição anterior, quando a vantagem de Lula sobre Alckmin na Bahia e em Pernambuco, de 4 milhões de votos, anulou a vantagem do PSDB em São Paulo e desequilibrou a conta nacional do partido.

O PSDB conta com a estabilidade de Marina Silva no patamar de 10%, como garantia do segundo turno. Mas, como no futebol, sabe que é temeroso depender da performance alheia.

Tira-teima

A pesquisa do Ibope/Estadão, a ser divulgada na terça-feira, quando começa o horário político na televisão, vai ser o tira-teima quanto à repercussão junto ao eleitorado da entrevista de José Serra no Jornal Nacional. O PSDB considera que a consulta do Datafolha não captou a participação de Serra na Globo, mas só a de Marina e Dilma, porque o período da consulta foi até quarta-feira e Serra foi entrevistado na quinta. Assim, o Datafolha teria repercutido o debate da Bandeirantes, com 5% de audiência, enquanto o Ibope vai repercutir o desempenho no Jornal Nacional, quando os candidatos falaram para 70 milhões de telespectadores.

"Mais democracia"

A aliança PT/PMDB ainda não decidiu se fará um ato público para lançamento da carta-compromisso de 13 itens, mas já a inseriram nos programas que vão ao ar a partir de terça-feira. O tópico "Mais Democracia", abrigará temas objetivos como Saúde, Educação, Política Externa, entre outros. A última reunião do grupo é amanhã, para acertar a divulgação.

A criatura...

Os primeiros programas do PT vão explorar a biografia de gestora de Dilma Rousseff, apresentando-a como a operadora por trás das realizações do governo Lula, como ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Nesse aspecto, a ideia é apresentar a criatura que tem voo próprio e investir contra a imagem de "lulo-dependente", com a qual a oposição a rotula.

... e o criador

A preocupação é não deixar Lula ofuscar a candidata petista. Ele será apenas um âncora. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, lembra que Márcio Lacerda (PSB), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, sofreu com o brilho de Aécio Neves e de Fernando Pimentel, seus principais cabos eleitorais: "O Lula é importante, mas tem de ficar claro que a estrela é a Dilma", enfatiza.

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