terça-feira, 24 de agosto de 2010

Campanha tucana traça plano de emergência

DEU EM O GLOBO

Cúpula das siglas aliadas irá a estados para incentivar mobilização; Aécio voltará à TV

Adriana Vasconcelos e Silvia Amorim

BRASÍLIA e SÃO PAULO. A campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prepara para os próximos dias um aumento da propaganda de rua, para tentar frear o crescimento da adversária Dilma Rousseff (PT). Um plano de mobilização está sendo concluído pela equipe tucana. A área responsável pelas atividades de rua foi uma das criticadas, anteontem, em reunião da coordenação da campanha, num hotel em São Paulo.

A perspectiva de vitória da petista já no primeiro turno conseguiu o que, até alguns dias atrás, parecia impossível: unir novamente as forças de oposição para tentar salvar a candidatura de Serra. Após a reunião, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, convenceu ontem a cúpula do DEM a acompanhá-lo numa nova investida no Sul e no Centro-Oeste. E, amanhã, o exgovernador mineiro Aécio Neves desembarcará em São Paulo para gravar uma participação especial no programa eleitoral de Serra na TV.

Uso da imagem de Lula divide aliados de Serra Guerra embarcou ontem à noite para o Rio Grande do Sul, acompanhado do presidente do DEM, Rodrigo Maia, e do exsenador Jorge Bornhausen para tentar descobrir o que levou Dilma a ultrapassar Serra no estado em tão pouco tempo.

No encontro de domingo, a cúpula da candidatura de Serra também se mostrou dividida sobre o uso da imagem do presidente Lula nos programas do tucano no horário eleitoral na TV. A despeito das críticas de aliados ao trabalho do marqueteiro Luiz Gonzalez, o comando da campanha considera cedo para se falar em substituição ou numa mudança radical no programa de TV. Até porque, o horário eleitoral gratuito começou há apenas uma semana.

O assunto sequer chegou a ser discutido diretamente com Gonzalez, já que, no domingo, ele não participou da reunião.

Também houve críticas aos gastos em infraestrutura. A reunião ocorreu um dia após a divulgação de pesquisa Datafolha que mostrou Dilma com 47% das intenções de voto, contra 30% de Serra.

Para mudar esse quadro, além do horário eleitoral, a campanha aposta na presença da candidatura nas ruas, por meio de material impresso e militância. O mapa dessa mobilização, com as cidades a serem priorizadas e seu custo, será entregue nos próximos dias ao coordenador de Infraestrutura da campanha, José Henrique Reis Lobo.

Falta de recursos não existe, diz coordenador Por enquanto, o trabalho de rua de Serra tem sido pequeno e desarticulado. A estratégia é aproveitar a veiculação do horário eleitoral, período em que, teoricamente, a população começa a se interessar mais pelo assunto, para fortalecer a atividade dos cabos eleitorais. Concentrar a mobilização na reta final também foi uma forma encontrada pelos tucanos para otimizar os recursos financeiros.

A expectativa é que, na próxima semana, já sejam vistos militantes e material de Serra em cidades, ainda a serem definidas, por todo o país.

A falta dessa mobilização na primeira etapa da corrida eleitoral foi duramente criticada na reunião. Alguns se queixaram dos critérios de gastos da área chefiada por Lobo, e defenderam um investimento maior em material impresso, como folhetos, santinhos e adesivos, e em cabos eleitorais.

Os tucanos negaram que faltem recursos no caixa de Serra.

Ontem, houve rumores de que o PSDB nacional repassaria verbas para socorrer a campanha.

Não existe nada disso reagiu Eduardo Jorge, um dos vices-presidentes do PSDB.

Para a cúpula da campanha, é inegável que os adversários têm uma condição financeira mais confortável, e que isso está visível no dia a dia.

Essa história de falta de recursos não existe. Os recursos que temos atendem ao nosso planejamento e estão ingressando na campanha de acordo com o que estabelecemos afirmou Lobo.

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